ATACADO PELA POESIA
Veio na fria e longa madrugada
Com sua loucura já cegada
Sem conseguir me desvencilhar
Quis por força me amar
Convidou-me para uma noite de orgia
Sugerindo loucas horas de pura magia
Ela: “Venha, largue tudo, comporemos Poesias e Sonetos"
Eu: "Estás louca sua louca? Como vou pagar meus boletos?
E ainda acrescentou:
"Largue de ser professor
Na Poesia e no Soneto há mais amor
Nem é exatamente isto que ama
Não é o ensino a tua verdadeira chama"
Ainda tentei a ela explicar
Que por mais que eu a possa amar
Devo me esforçar
Para continuar a trabalhar
E não se dando por vencida:
"Logo vais aposentar
E daí sim vou te atacar
O teu sangue e amor sugar
Na madrugada romântica vamos poetar"
Se ela quisesse de amor me violentar
Eu já sei, teria que a ela me entregar
E sem poder nada reinvindicar
Doaria o meu corpo a ela para amar
Enfim...
Já sem forças para com ela argumentar
Baixei o meu rosto, quase a chorar
Porque ela tinha razão desta forma me controlar
E decidi: Logo largo tudo, até mesmo de trabalhar