A mesma mercadoria de sempre

Deturpado: substantivo masculino empregado para o político estadual ou federal que elegemos a cada quatro anos. Mas esses senhores, depois que estão na Assembleia ou na Câmara, não querem mais sair de lá e podendo - e eles sempre podem -, vão trazer a mulher, os filhos, parentes e amigos para uma boquinha no serviço público ou no terceirizado.

Um ou outro deturpado consegue trazer a amante, para não ficar sozinho na capital federal ou do estado que o elegeu, caso a família não o acompanhe. Federal ou estadual, com suas ações e votos o deturpado deturpa tudo o que prometeu durante a campanha eleitoral. Ele se vende facilmente para o governo se este liberar suas emendas parlamentares em troca de seu voto em alguma PEC ou projeto do Executivo. Esse é fundamentalmente o trabalho do deturpado.

(No Judiciário o deturpado tem seu correspondente no ministro e dos onze atuais, só se salvam dois ou três. E como disse um advogado recentemente, lá mesmo na corte, na frente de todos, eles são as pessoas mais odiadas do país atualmente... Bem, mas isso é uma outra história. Ou, pensando melhor, um capítulo da mesma história)

E assim vamos vivendo a plena democracia à brasileira que, resumidamente, consiste em que o eleitor vote de dois em dois anos, para mandatos de quatro ou oito anos (senadores) para renovar aquilo que nunca é renovado, porque como sabiamente disse Giuseppe Tomasi di Lampedusa, "algo deve mudar para que tudo continue como está." É mais ou menos por aí: mudam as moscas mas a mercadoria continua a mesma...