"A Guerreira e os Xovens – uma árdua missão" (um conto humorístico em homenagem aos professores de Ensino Médio)

"A Guerreira e os Xovens – uma árdua missão"

(um conto humorístico em homenagem aos professores de ensino médio)

Thaís Falleiros

Ela era uma guerreira e naquele dia teria que enfrentar quase trinta obstáculos para alcançar seu objetivo. E o pior: eram trinta obstáculos móveis, o que deixava sua missão ainda mais preocupante. Sua meta não era lutar numa batalha sangrenta, muito pelo contrário, a guerreira teria que fazer os obstáculos andarem na mesma direção, teria que fazê-los entender sua mensagem (se eles parassem para ouvi-la, já seria um ganho) e como se não pudesse piorar ainda mais, esses quase trinta obstáculos teriam que gostar da sua mensagem... A guerreira tinha a árdua missão de conquistar os seus corações e trazê-los para o lado bom da força.

Mas como vencê-los? Se esses obstáculos eram chamados de algo parecido com chofens, ou xovens, ou jovens – os piores dos obstáculos? Quase nenhum guerreiro da era estelar tem coragem de enfrentá-los. A maioria dos soldados que nós conhecemos enfrentam papéis, calculadoras, clientes, pacientes, mas os tais de xovens, eram os mais temidos, tanto que os guerreiros que aceitam essa missão, são chamados de malucos (corajosos, porém, malucos).

Ela, ao contrário de medo, tinha uma espécie de empolgação. Acordava às cinco e pouco da manhã, pegava sua nave intergaláctica, dirigia por alguns minutos até o espaço da batalha, que se chamava algo parecido com isqueiro, ou escolha ou escola – nada parecido com o Coliseu de Roma onde os gladiadores se enfrentavam ferozmente. Esses tais de chofens ganhavam as batalhas hora no grito (e como gritam!), hora se fingiam de mortos. Essa tática, apesar de parecer simples, deixava os guerreiros extremamente machucados, feridos, doloridos. E os tais dos xofens sabiam fazer isso como ninguém.

Pois bem, lá foi ela. A batalha começava às 7 horas da manhã em ponto. Ela estava lá, na frente de um artefato chamado louça, ou louca, ou lousa. Com uma arma na mão chamada caneca, ou careta, ou caneta. E os seus adversários, os tais de chovens, sentados em coisas chamadas carteiras, mas não aquelas que guardam dinheiro e sim uma espécie de banco, mas não os que guardam dinheiro, uma espécie de sofá, sem espuma. Enfim... Estavam eles a olhando fixamente, pois achavam que isso causaria insegurança na nobre combatente.

Eles só não contavam com uma arma secreta: aquela sagaz moça chamada de professora, ou prô, ou dona, trazia com ela o amor... E contra o amor, ninguém vence. Ela, em uma só batalha chamada aula (acho que dessa vez acertei de primeira), venceu todos os jovens de uma só vez! Guerreira maravilhosa essa!

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Thaís Falleiros (19)9.9432-8823 - @tata.batata.oficial