Pobres, porém formosos

Todo mundo conhece aquela história ou anedota do homem que era pobre, mas tão pobre que seu mordomo era pobre, o motorista era pobre, a cozinheira, a arrumadeira, o personal trainer... Eram todos pobres como ele. Ou mais até.

Então, para dar um jeito em sua situação periclitante, ele decidiu que ia pedir um empréstimo no banco de um amigo, que também era muito pobre. Um pouco mais do que ele, senão não teria um banco onde dava expediente durante a semana toda, o pobre.

Para que o amigo queria dinheiro?

Ora, ele estava sem nenhum; não tinha nem mesmo como comprar cloro para a piscina. E ainda por cima, a amante, que também era muito pobre, andava necessitada de algum. Tinha gastado uma fortuna num brechó chic, frequentado pelas mais pobres socialites da cidade. A milionária proprietária do brechó agora vivia fazendo escândalo na porta dela, acenando com os boletos vencidos, uma tremenda chateação.

O banqueiro era pobre mas não era burro: ficou com receio de emprestar dinheiro ao amigo, já que ele mesmo não tinha dinheiro algum, pois era mais pobre do que o outro. Então, em vez de um empréstimo concedeu-lhe um conselho, gratuitamente: o amigo que começasse a cortar despesas, se livrasse da piscina e da amante, por exemplo. E imediatamente.

Ele mesmo, no passado, tinha se livrado de ambas. Pois havia chegado à seguinte conclusão: comparada ao pouquíssimo tempo que passava dentro da piscina e da amante, a manutenção das duas era um enorme desperdício de dinheiro. O amigo percebia?

O pobre necessitado fez de conta que aceitava o conselho do pobre banqueiro e foi embora para sua pobre mansão. Com o rabo entre as pernas e uma pulga atrás da orelha.

Não era para menos: se mandasse aterrar a piscina e se livrasse da amante, o que é que os outros pobres não iriam pensar dele?