CAROL A NINFOMANÍACA

Na década de 70, a bela morena Carol, com seus 16 anos, era dotada de corpo escultural. Cabelos longos e negros, olhos verdes, alinhado ao andar de gazela, deixava qualquer homem alucinado.

A linda morena, sabedora do seu poder de sedução, divertia-se com o frisson que causava aos rapazes.

Carol, além de bela, era possuidora de intenso furor uterino, verdadeira ninfomaníaca e, por conseguinte, tinha sempre ao seu redor dois ou três namorados, que eram dispersados em horários distintos para não haver arrostamento.

A primavera chegou e trouxe consigo uma noticia alarmante para a morena; estava grávida! Não houve como esconder o fato. Alarico, seu pai, quase teve um enfarte quando soube. Muito nervoso, telefonou imediatamente para seu amigo, Dr. Anfilófio, bacharel em direito, ex-funcionário do DER, que, embora nunca tivesse exercido a profissão de advogado, se prontificou a acompanhar o caso.

Pai e filha foram à casa do doutor no dia seguinte. Após longa conversa, totalmente infrutífera, uma vez que a moça se negava a dizer quem era o pai da criança, decidiu-se que deveriam ir até a delegacia registrar queixa. No meio da tarde, rumaram para a delegacia.

Na sala do delegado, a morena manteve o propósito de não dizer o nome do pai do rebento, na sua insolência de adolescente, divertia-se com a situação.

Carol vestia-se com uma minissaia vermelha que realçava suas pernas grossas e torneadas e num gesto de ousadia e provocação cruzou as lindas pernas propiciando ao delegado ampla visão de sua genitália desnuda. Fato e ato proposital. Pura rebeldia juvenil.

O delegado, na verdade um velho sargento da polícia, contrastando com a realidade, sem tirar os olhos das pernas da moça, a interrogava calmamente e insistia com delicadeza para que ela dissesse o nome do pai da criança, porém em vão. As horas corriam lentamente.

Diante do adiantado da hora, o policial marcou nova audiência para o dia seguinte.

No outro dia, após uma conversa mais firme e direta, a grávida cedeu aos argumentos e informou, com sorriso irônico, desconhecer o pai da criança, uma vez que se havia relacionado com mais de cinco rapazes naquele período, e qualquer um deles poderia ser o responsável.

O escrivão tomou a termo os nomes dos principais suspeitos, e determinou ao imediato que fosse buscá-los.

Passado algum tempo, os cincos rapazes estavam diante do delegado, todos amedrontados sem saber do que se tratava.

O escrivão de polícia expôs os fatos aos rapazes, que se entreolharam assustados. Vociferou em seguida e com um murro na mesa, a autoridade perguntou aos namorados da moça.

-Quem é o pai da criança?

Ninguém respondeu.

-Muito bem, vamos esperar a criança nascer e ver a cara que ele tem. Então escolheremos o pai por “parecimento”. O escolhido irá casar-se direitinho, como manda o figurino. Caso contrario, vai se ver comigo, certo? - impôs o policial.

- Certo - responderam os rapazes. -Tem mais. Não acabei ainda. Vocês cinco dividirão as despesas da garota, inclusive as do parto, até o garoto ou garota completar um ano. Aí então será feito o exame por "parecimento". Voltou a afirmar, para saber quem é o pai. O mais parecido será o escolhido. Certo?

- Certo - concordaram todos.

O exame será feito pela junta composta por mim, pelo escrivão Sr. Abalmerindo Feitosa, pelo Dr. Tião Caçote digno Juiz de Paz e pelo Sr. Joaquim Timbó, ex-expedicionário, pessoa de muito respeito.

Ninguém discordou.

O pai de Carol demonstrava claramente a sua satisfação com o desfecho do caso.

Os rapazes cumpriram religiosamente o combinado. Cotizaram-se pagando todas as despesas oriundas da gravidez.

Meses depois, Carol dava entrada na maternidade, dando luz a um menino de olhinhos rasgados e cabelos pretos e lisos, bastante parecido com Chang, o oriental dono da pastelaria da esquina.

RONALDO JOSÉ DE ALMEIDA
Enviado por RONALDO JOSÉ DE ALMEIDA em 28/01/2008
Código do texto: T836249
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