MAS QUE PORCARIA!

Já que tudo tá uma porcaria...
E não para de chover nessa terra!
Sair, nem pensar!
Não sou louca de levar outro escorregão...
No piso "anti-derrapante" do pátio da minha casa!
Ou muito menos na rua e ficar feito Jesus Cristo...
Estirada de braços abertos por nem sei quantas horas!
Toda molhada e desmaiada naquele chão orvalhado...
Sim, só posso ter desmaiado, tudo ficou preto!
Mas lembro que me dirigia à churrasqueira...
E de repente...voeiiii e não vi mais nada!
Não vi, o tal de orvalho porque o piso,
É aparentemente crespo...
Acordei perdida vendo o céu!
E logo a dor acompanhada de gemidos...
Era um ai, ai, ai...eu não conseguia me conter!
A dor era mais ou menos assim:
Corria do joelho para o tornozelo esquerdos...
Finalizando com uma intensa cãibra!
O pátio dava para a janela do quarto do meu filho...
E também da minha filha, mas ela não ouviu com a TV alta.
Ouvi meu filho gritar da janela: MÃEEEEEEEEEE!!!!
Eu não chamei ninguém, não queria assustar.
Tentei levantar...mas não deu...
Foi aquela correria, vieram os três.
Meu marido disse ao meu filho:
Não mexe na tua mãe, não sabemos o que se deu.
Eu falei: Foi só o joelho e tornozelo.
Aí me vieram com um monte de perguntas...
Se tinha batido a cabeça e blá, blá, blá...
Acho que já nasci com a cabeça batida, mas...
Era gelo aqui, gelo lá...
Enfim, acabei no hospital, na emergência.
Com um hematoma no osso do joelho...
Amigo camarada que me acompanha!
E rompi os ligamentos do tornozelo...
Feliz da vida....imaginem!
Porque me colocaram uma tala de gesso,
Somente da coxa até o tornozelo...
O que era bom, subir as escadarias de casa.
Que beleza era ir no banheiro!
Tinha que sentar de lado...
De tão alta era a tala!
E o banho? E os meus cabelos?
Quando pensei que ia me livrar da tala...
Me colocaram gesso maciço!
Ninguém merece!
Aquele gesso pesava toneladas...
Mas isso foi castigo...e bem merecido!
Eu já estava com lesão no joelho e tornozelo.
Eu praticava um esporte mais conhecido aqui no Sul.
Veio da Argentina e aqui no sul é muito praticado.
Chama-se "PÁDEL" muito parecido com o TÊNIS...
Joga-se em dupla, contra dupla!
A contagem de pontos é igual ao TÊNIS.
Em uma quadra dura, coberta e bem menor.
Só que muito mais corrido!
A raquete é especial, compacta e de carbono.
Eu jogava todos os dias,
Duas horas pela manhã...
E mais duas à noite com gente da pesada!
Um dia, fui pegar uma bola difícil e
o danado do meu tenis era novo,
trancou o meu pé, mas eu fui na bola,
torci o tornozelo, parecia o Curupira,
das Aventuras de Tibicuera de Érico Veríssimo.
O pessoal na hora disse: Vamos parar!
Eu que nasci com a cabeça batida...
Dei uma sacudida no pé e disse:
Vamos continuar, já passou...
Quando cheguei em casa e esfriei...
Só Deus sabe!
Mas sem detalhes de dor...
Passei a jogar teimosamente de tornozeleira!
Embora tivesse fôlego, meu rendimento caiu...
Já não conseguia correr com a mesma habilidade!
Sentia choques no tornozelo...
E por conta disso, machuquei o joelho!
Fui pegar uma bola alta, o tornozelo falhou...
Do alto caí sobre o joelho que se encheu de feridas.
Tratei as feridas, quando ficaram boas, já pensava na volta.
Mas, fui juntar uma moeda debaixo do sofá e não deu...
Nem pra rezar e ajoelhar!
Vi que a coisa no joelho tinha sido mais profunda...
Lá fui eu para o clube de tornozeleira e joelheira!
Mais um pouco virava uma múmia...
Vivia estoporada, me machucava sozinha!
Dava raquetada pra tudo que era lado...
Não queria perder bolas!
Uma vez, consegui dar uma raquetada no meu nariz!
Fiquei com o nariz inchado uma semana...
Até que fui no meu pátio e levei o escorregão!
Foi o único jeito que o "além" conseguiu de me parar...
E também foi o que me trouxe para o Recanto!
Eu não podia fazer nada, nadica de nada!!!!!!!!!
Mas que porcaria!
Hoje estou aqui, ainda manco um pouco...
Não posso mais fazer esporte, nem caminhadas...
Apenas pequenos trajetos...
Mas as mãos podem encher bastante!
Uma página bem grande de porcarias...
Feliz carnaval para quem pode pular!
E eu? Eu vou sacudir!...

PS: Isso aconteceu faz um ano e meio.
Maysa Barbedo
Enviado por Maysa Barbedo em 02/02/2008
Reeditado em 11/02/2008
Código do texto: T843842
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