A gaita irritante

Recebi por e-mail um vídeo de apresentação de gaita. Gostei tanto que assisto e ouço todos os dias várias vezes. Para facilitar o acesso deixei um ícone bem visível e em local de destaque na minha área de trabalho. Todos percebem quando clico nele e assim que começa a abrir na tela. Claro que em casa ninguém mais aguenta...

- Por que vocês reclamam? É tão legal!

- Uma vez sim, mas precisa ser assim de hora em hora e nesse volume?

Claro que agora, para irritá-los, ligo até quando não estou a fim, só para ver a reação deles (sou mau, não sou?).

Dia desses eu estava usando o computador, quando minha filha, treinada em Call Center (rsrsrs) atendeu ao primeiro toque do telefone.

Percebendo tratar-se daquela famosa solicitação de doação, coloca a mão no bocal e me pede:

- Pai, clica na gaita e deixa no último volume... e repete até eu pedir para parar.

Atendi seu pedido e fiquei observando a cena. Ela, na maior tranquilidade, alegava não entender o que o outro falava (talvez fosse verdade). Por isso pedia, a todo instante, para repetir a mensagem...

E a gaita tocando... e eu achando legal! (sou realmente mau, não sou?)

Claro que depois de algum tempo o outro desistiu, sem atingir seus objetivos. Minha filha, então, virou-se para mim - bem séria - e disse:

- Agora, pai, pode desligar isso... Porque ninguém merece!

E eu - claro! - desliguei... depois de tocar mais umas três vezes!

(sei - exatamente - o que vocês estão pensando... Mas, como dizia aquele personagem do Chico Anísio: Eu sou, mas... quem não é?!)