Confetes e vacinas

"Confete/pedacinho colorido de saudade..."

Quantos carnavais foram animados por esta antiga marchinha!

Os mais -ahn, digamos, "experientes" com certeza a conhecem.

E cantaram o refrão acima, no instante em que iniciaram a leitura desta página: confessem!

Pelos salões dos clubes, a orquestra -sim, porque havia músicos de verdade!- tocava e o povo marchava, lentamente, desacelerando o passo, cantando, abrindo os braços, extravasando a alegria.

Longe se vai o tempo que passou.

Os sexagenários -ou nem tanto, ainda- já não se divertem como antigamente nem mesmo nos carnavais.

Quem tem mais de 60 já não encontram espaço para isso.

Só lhes resta a "farra da vacina contra a gripe", no posto de saúde mais próximo, uma vez por ano, antes que o inverno chegue.

Saudosistas, carentes de emoções fortes, podem recorrer também aos confeitos coloridos recheados de chocolate, redondinhos, que vão saindo direto dos pacotinhos para as bocas famintas.

(Ah! esqueci de dizer que também eu já cantei a tal marchinha, já "marchei" ao som da orquestra e estou devorando neste instante o meu pacotinho dos tais confeitos. Só não fui tomar a tal vacina, mas a chuva que caiu o dia todo está me convidando a rever essa posição.)