minha amada raiva preta
- abutres me ternuram as entranhas
e logo vão tanger-te nua e monstro
e diz ser minha amada raiva preta
o ontem que joguei nas tuas mãos
dorme os ternos rumores duma guerra
e pede fecundado pelas rochas
não tombarei na sombra da espera
te arrancarei dos olhos do teu deus
para mais ofender minha certeza
e tua mão que mima os oceanos
a farei abortar o que sonhei
e ter a perversão que gera a vida
eu choro o que não tens mas quero ter
amei-te pra me dares mais leveza
nem força mais possui o teu perfume
nem vale amaciares esse ventre
porque se ele é fecundo gera a morte
e se está morto estila raiva preta