Língua morta

à hora de, com a noite, o sono ir-se

ouço, triste, um apelo da aurora

este, só aos meus ouvidos bem-vindo

"crias para mim um idioma, e sê o falante nativo"

crio-o, gracioso e sonoro, rico e inconcluso

derramo-lhe a história e os fios do mundo

e ainda antes que aurora se dilua em dia

sou o único falante de uma língua morta