Como faço?
Como faço?Como direi?
Tudo que sinto por você.
Estou sem direção.
Tenho receio de você não gostar.
E de mim resolver se afastar.
E ficarei perdida na solidão.
Sim,não tenha dúvidas,eu te amo.
E em meus dias e noites te chamo.
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Algumas explicações:
Isidro Iturat, o criador desse inusitado tipo de poema, nasceu na Espanha em 73, é escritor, professor de língua e literatura espanholas. Desde 2005 vive aqui no Brasil, em São Paulo,capital. Segundo o autor, o indriso nasceu quando ele refletia sobre a forma tradicional do soneto e, experimentando, num “processo de condensação estrófica”,
O indriso é um poema composto de dois tercetos e duas estrofes de verso único (3-3-1-1), que permite um uso livre da rima e o número de sílabas nos seus versos.
Assim como o poetrix, o indriso é uma criatura moderna, a releitura de uma forma tradicional, que, a despeito do grande valor que estas últimas sempre tiveram e continuam tendo, desenvolvem-se sozinhas, percorrem outros caminhos e atraem adeptos. Para o poeta amador medieval, discutir sobre o soneto com seus criadores devia ser o máximo. Entretanto, a História e a Literatura, e, é claro, estes mesmos poetas, a este século legaram somente as criaturas. Quem sabe, no futuro, dirão de Isidro Iturat algo como na Wikipédia atual dizem de um certo Jacopo da Lentini, a quem alguns atribuem a criação do soneto.
Em tempo, uma coisa que eu adorei foi a origem da nomenclatura: uma menininha de três anos, tentando dizer o nome do Isidro, insistia em chamá-lo “Indriso”. Mais um acaso curioso de um poema que nasceu, ao que parece, por geração espontânea.