TANTAS COISAS

Tantos são os caminhos desconexos, complexos,
Desse deserto, seus sóis, seus ventos, suas areias,
Em movimento, o certo no incerto criando miragens.

Tantos são os desalinhos, os descaminhos do meu plexo,
Ora lúcido, ora louco, ora eu, ora outro eu que vagueia...
Nas superfícies inexatas conspiram, buscam imagens.

Tantos eus, tantos fins, tantos começos, arremessos de quimeras.

Entre tantas coisas, o amor supera as estranhezas - prospera...


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NOVA PRIMAVERA

Caminhos tantos, desertos,
de areias escaldantes,
amplo céu a descoberto,
onde oásis é uma miragem,
mas uma bela paisagem:
desvario alucinante.
Descaminhos sem sentido,
porque vagueio perdido
numa estrada que conheço,
de superfície bem plana,
só a insânia me engana,
tenho que pagar seu preço.
Mas o amor tudo supera,
eu acredito, quimera
como o sonho que componho
 - uma nova Primavera.
(HLuna)