INSTANTE

Rosto oposto ao rumo, eu de mim perdido,
Na interrogação, na negação do sem espaço,
Naufrago... rasgo a alma, em dor me desfaço.


Obliquo prumo, exumo o corpo em poema indefinido,
Sem um porto, sem o conforto do amor, me esqueço,
Me descomponho, em nenhum sonho, há recomeço.


Ai! que esse instante lesa, pesa, causa amargura.

Me faz desistir da razão, dar a mão à loucura.


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DOR LANCINANTE

É uma dor tão aguda e lancinante
Aquela que atravessa em um instante
Meu magoado e sofrido coração....


Olhar perdido e também perdida a alma
O expurgar da ferida não acalma
O momento em que amar se torna vão!...


Ah! Como dói enfrentar a despedida

Daquele amor que era toda a nossa vida!.....

Ângela Faria de Paula Lima)

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NAVEGAR É PRECISO

 Ergue o rosto, te apruma,
levanta a cabeça e prossegue,
não te entregues sem luta,
quem luta conquista, consegue.


 A tua dor é nenhuma,
inda que cansado ofegues.
Eu sei que é dura a labuta,
difícil é quem a carregue.


Navegando em mar sem rumo,
firma a mão, achas o prumo.


(HLuna)