Sapinho Juca e Libelinha (Terceira Parte)

O sol nasceu na Vila mansa, chegou desfiando um fiapo de nuvem com sua franja dourada. Sapinho Juca, sentado no Horizonte podia tocar o Majestoso sol, misturados as cores quentes, sapinho Juca parecia pintado de Ouro. Ele amanhecera vestido de ansiedade, não dormira a noite toda, sonhando com sua princesa. Seu irmão já acordado, foi falando coisas esquisitas, que o Sapinho Juca não queira ouvir. Você já viu sapo casar com Libélula?

Você é maluco, é contra a natureza, sapo casa com sapo e libélula com libélula.

Sapinho Juca apenas respondeu:

_ Quem está falando em casamento. Maluco é você, pensa cada coisa.

Libelinha chegou, com um vôo razante sobre a água do córrego, deslizando deliciosamente, subindo, descendo e gritando:

_ Vamos brincar, o dia está lindo!

Brincaram o dia todo, ela voava alto carregando os sapinhos e lá de cima eles mergulhavam no córrego. Um dia feliz, de conversa divertida, falavam de paz, de flores, de sonhos; Juca e Libelinha tinham muitas afinidades, os dois sonhavam correr o mundo.

Combinaram fazer uma viagem juntos quando ficassem mais velhos.

Juca sonhador, encomendou com a D. Aranha uma linda asa tecida com as mais resistentes teias. D. Aranha era a única aranha voadora que ele conhecia.

Alguns olhares curiosos observavam Libelinha e o sapinho, os dois se divertiam, jogavam barro na cara do outro, depois deitavam na água e deixavam a correnteza carregá-los.

Dona Galinha comentou com a Dona Pata, que aquilo não daria certo, sapo e libélula são criaturas diferentes. E lá foram as duas tagarelando com todos sobre um sapo apaixonado por uma libélula.

Sapinho Juca e Libelinha não podiam imaginar que estavam sendo o assunto do dia, os dois apenas curtiam a linda amizade, não pensavam em romance e paixão.

Vila Mansa tão tranquila, virou um alvoroço, todos dando palpites, todos enxergando, colocando o carro na frente dos bois.

Na manhã seguinte, todos foram á escola, Libelinha e Sapinho Juca sentiram um clima estranho, todos olhavam para eles e riam, outros diziam coisas absurdas e ofensivas. O dia foi difícil, eles não entendiam a fúria das pessoas. Os pais de Libelinha a proibiram de sair de casa, não poderia brincar no córrego com os sapinhos. Ela muito triste, chorou, pois não aceitou muito bem o motivo da proibicão.

Papai Sapo, conversou muito com sapinho Juca, explicando que aquela amizade não daria certo. Sapo não pode namorar libélulas.

Juquinha indignado, disse que Libelinha é sua amiga e que não vai deixar que nada o afaste dela. Ele não via nada de errado um sapo estar enamorado por um Libélula, ou apenas ser um bom amigo. Dizendo ao pai:

__Todos são criaturas de Deus, e Deus é amor. Ninguém tem o direito de julgar e condenar.

Papai Sapo, sabia que tudo aquilo era preconceito, sentiu-se constrangido e envergonhado pela sua atitude. Mas nada disse,

apenas ficou em silêncio.

Continua...

Sonia Lupion Ortega Wada
Enviado por Sonia Lupion Ortega Wada em 10/07/2008
Reeditado em 03/03/2023
Código do texto: T1074523
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