O ENTERRO DO SAPO  - Cap. VIII



Liviva interrompeu a conversa dos pequenos para anunciar que encontrara algo.

_ Olhem só! Achei um sapo cururu. Ele está morto.

Os dois irmãos se aproximaram dela. Menina observou:

_ É um sapo amassado. Foi o galho que fez isto?

_ Não sei! Coitado, tá todo seco.

_ Ah! Então ele morreu já faz tempo.

_ Não importa! - disse Liviva - A gente não achou nenhum outro bicho aqui, nós vamos ter de cuidar do enterro dele. Se ele não for enterrado não vai pro céu.

Zico ficou um pouco desconfiado. Ele não conhecia um cemitério. Sabia apenas que pessoas mortas iam pra lá e que os mortos viravam fantasmas. De fantasmas ele tinha muito medo. Discordou logo da idéia.

_ Eu não vou não! A vovó disse que meninos não vão a cemitérios.

_ É cemitério de mentirinha, lá no areal, perto dos buritis. Não precisa ter medo, seu bobo! - informou Liviva.

Ela estava muito animada com a idéia de enterrar o sapo. Assim, resolveu acalmar o irmão e distribuir tarefas para o funeral.

_ Zico! Você vai pegar a caixa de sapatos onde estão guardados aqueles ossos de rabada. Aqueles que você brinca.

_ Não senhora! Aqueles não são ossos. São meus bois de brinquedo. Não vou deixar botar este sapo seco dentro da caixa dos meus bois.

Ao ver a preocupação do garoto com o destino da “manada”, Menina falou com ele.

_ Pode deixar, Zico! Eu pego a caixa onde eu guardo meus besouros chifrudos.
Hull de La Fuente
Enviado por Hull de La Fuente em 18/07/2008
Código do texto: T1086008
Classificação de conteúdo: seguro