No portão do cemitério

Tchincthcinc...bum

Tchinctchinc...bum

tchinctchinc bum,tchinc bum bum bum.

Quando bate o relógio

no portão do cemitério

cada badalada é sinal

de um novo bom mistério.

tchinctchinc bum, tchinc bum bum bum.

O porteiro na guarita

acende logo a lanterna

disparado o coração

vira tremedeira as pernas

tchinctchinc bum, tchinc bum bum bum.

O cabelo do coitado

parece um desespero

fica todo espetado

é um grande desmantelo

tchinctchinc bum, tchinc bum bum bum.

Em cima de suas tumbas

cada alma faz a festa

brindam, cantam, sapateiam

são amigas tagarelas...

- Toque, toque na goela

coma risco com feitiço

se passar pra minha tumba

passo logo um corretivo....

tchinctchinc bum, tchinc bum bum bum

tchinctchinc bum, tchinc bum bum bum

Falam alto, muito alto

chamam logo atenção

é um grande barato

ver tão grande animação

saem para pregar peça

no porteiro escondido

chegam sem ele esperar

assopram todas em seu ouvido...

- Noite de vento, asa de morcego

quero ver esse porteiro

todo, todo se tremendo

arriaremos as calças dele

mostraremos, mostraremos...

tchinctchinc bum, tchinc bum bum bum

tchinctchinc bum, tchinc bum bum bum

O coitado sai correndo

sem saber o que fazer

grita tanto por socorro

que o povo vem logo socorrer

quando chegam não vêem nada

ficam todos a gozar

da cara do cabra frouxo

que acabara de se assustar

enquanto isso as almas

ficam todas escondidas, em silêncio

mas quando o povo sai

começa logo novo tormento...

Desfilam cantam sapateiam

Tiram o juízo do pobre homem´

E só voltam para suas tumbas

Depois que a noite some

Toma, toma lá na primeira badalada

Toma, toma lá na badalada derradeira

Quem leu os versos até o fim

Vai ter mais adiante uma surpresa...

Tchincthcinc...bum

Tchinctchinc...bum

tchinctchinc bum,tchinc bum bum bum.