Segredo

Não tenho medo do vivo

Como eu tenho do morto

Não tenho medo do certo

Como eu tenho do torto

Não tenho medo da noite

Como eu tenho do dia

Não tenho medo de turbulência

Como tenho de calmaria

Não tenho medo do céu

Como eu tenho do chão

Não tenho medo dos pés

Como eu tenho das mãos

Não tenho medo do velho

Como eu tenho do novo

Não tenho medo da sombra

Como eu tenho de povo

Não tenho medo do sol

Como eu tenho da chuva

Não tenho medo da reta

Como eu tenho da curva

Não tenho medo da estrada

Como eu tenho do mundo

Não tenho medo de nada

Como eu tenho de tudo

No fundo eu sou tão covarde

Pois tenho medo até de mim

Mas ferido em minha vaidade

De macho é que vivo assim

Com medo que todos saibam

Que esse meu complexo de medo

Eu guardo a sete chaves

Pra que ninguem saiba tão cedo

Ah! No fundo o que mais me aflige

É eu ter que guardar esse segredo

petronio paes frança
Enviado por petronio paes frança em 12/12/2008
Reeditado em 16/12/2008
Código do texto: T1332000