Poesia que a professora ensinava II
Xô, Passarinho
Sílvio Romero*
Xô, passarinho
Saia fora do meu arrozal!
Você não me ajudou a plantar,
Você não me ajudou a colher!
Você não me ajudou a aterrar,
Nem me ajudou a cortar!
Mas quando meu papai vier,
Eu tudo hei de contar...
Xô, passarinho,
Saia fora do meu arrozal!
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*Sílvio Vasconcelos da Silveira Ramos Romero (Vila do Lagarto, 21 de abril de 1851 — Rio de Janeiro, 18 de junho de 1914) foi um crítico literário, ensaista, poeta, filósofo, professor e político brasileiro Sílvio Romero cursou a Faculdade de Direito do Recife, entre 1868 e 1873. Na década de 1870 colaborou, como crítico literário, em vários periódicos pernambucanos e cariocas.
Em 1875, foi eleito deputado provincial por Estância, em Sergipe. Seu primeiro livro de poesia, Cantos do fim do século, foi publicado em 1878. Em 1879 mudou-se para o Rio de Janeiro, tendo lecionado Filosofia no Colégio Pedro II entre 1881 e 1910.
Como resultado de pesquisas sobre o folclore brasileiro escreve O elemento popular na literatura do Brasil e Cantos populares do Brasil, tendo realizado para este, em 1883, uma viagem para Lisboa a fim de publicizá-lo. Em 1891 produziu artigos sobre ensino para o jornal carioca Diário de Notícias, dirigido por Rui Barbosa. No mesmo ano, foi nomeado membro do Conselho de Instrução Superior por Benjamim Constant.
Entre 1900 e 1902 foi deputado federal pelo Partido Republicano, trabalhando na comissão encarregada de rever o Código Civil na função de relator-geral.
Entre 1911 e 1912 residiu em Juiz de Fora, participando da vida intelectual da cidade, publicando poemas e outros escritos nos jornais locais, prefaciando livros, ministrando aulas no ensino superior e proferindo discursos.
Sílvio Romero foi um dos membros-fundadores da Academia Brasileira de Letras, tendo ocupado a cadeira de numero 17.