Como organizar Bagunçolândia?

Conto infantil

(Para ser lido para seu filho...)

Era uma vez um vilarejo chamado Bagunçolândia, onde o rei não conseguia organizar nada. Lá do seu palácio em cima de uma planicie no país muito distante onde ficava este vilarejo, ele via as coisas acontecerem e não podia nem entrar em contato com o povo de lá, pois os habitantes de Bagunçolândia falavam ao mesmo tempo, tentavam ganhar a atenção do rei a base de gritos e ainda por cima pisoteavam uns aos outros tentando alcançar o séquito real, quando ele passava por lá.

Por causa disto, as ruas de Bagunçolândia eram esburacadas, as pracinhas para as crianças brincarem eram quebradas, e o esgoto corria a céu aberto. Então um dia, o rei teve uma idéia. Mandaria um enviado para lá, com um decreto: “Senhoras e senhores do vilarejo de Bagunçolândia!

Eu, o Rei, determino que a partir de hoje, em um período de quatro em quatro anos, vocês me digam quem deve representá-los na sala do trono!” O processo era simples: cada morador de Bagunçolândia deveria colocar em um saquinho que os arautos do rei iriam levar até as ruas, um papelzinho com o nome da pessoa em que mais confiassem (e se não confiassem, não valia.). A pessoa que tivesse o nome citado mais vezes, seria o representante. Em Bagunçolândia deveriam ser escolhidos catorze nomes. E por incrível que pareça, na maioria dos casos funcionou. As pessoas escreveram seus papéizinhos e levaram aos saquinhos. Depois que haviam contado, uma casa foi construida perto do palácio, para que quando precisassem entrar em contato com o rei, os moradores de Bagunçolândia fossem primeiro até as pessoas que eles mesmos escolheram (Havia até mesmo uma velhinha que estava escandalizada por haver uma mulher entre eles. - Coitada...era da época em que mulheres não podiam opinar em nada...). No começo, os moradores ficaram meio confusos, depois se acostumaram, iam em dias determinados conversar com seus representantes. Davam sugestões, e logo eles faziam uma reunião, onde decidiam o que deveria ser levado até o rei, ou não. Assim a comunicação ficou mais fácil, e em pouco tempo, Bagunçolândia se tornou o vilarejo mais bonito do país muito distante.

Às vezes dava um problema ou outro, pois pessoas que não entendiam direito o papel de seus representantes achavam que eles deveriam, na verdade, prestar favores, como por exemplo, dar dinheiro para quem não tinha para pagar os trajetos de charrete; ao contrario de sugerir que se implantasse uma charrete circular gratuita que sairia das ruas do vilarejo até sua avenida central. Assim, estariam fazendo o bem de todos, e não só de alguns. Mas esta já é outra história...e das longas.

Caroline Garcia - Acadêmica em Jornalismo.

Caroline Garcia Cruz
Enviado por Caroline Garcia Cruz em 13/03/2009
Código do texto: T1484258
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