"A COELHINHA BIBI E AS CENOURAS MÁGICAS" Musical Infantil de: Flávio Cavalcante

A coelhinha Bibi

e as

Cenouras Mágicas

Musical infantil

De

Flávio Cavalcante.

ROLL DOS PERSONAGENS

COELHINHA BIBI

BORBOLETA

FORMIGA

JABUTI

BRUXA BIZANTINA

CAÇADOR

BODE ROCO

SINOPSE

A COELHINHA BIBI E AS CENOURAS MÁGICAS, é uma estória, onde a imaginação da criança, funciona como uma fita virgem. Grava tudo que ver. Até pela linguagem de fácil assimilação.

Conta a estória de uma coelhinha chamada BIBI, que possui cenouras mágicas, por isso que virou a princesa da floresta; mas perdeu o seu trono por causa do desaparecimento destas cenouras. E quem roubou as cenouras, foi uma bruxa malvada e ambiciosa, chamada Bizantina.

Para recuperar o seu trono de volta, a coelhinha Bibi tem que recuperar as cenouras mágicas.

Será que ela vai conseguir?!

Após roubar as cenouras mágicas, a bruxa Bizantina, resolve aprisionar a coelhinha Bibi, por não saber usar o poder da magia das cenouras.

Com a prisão da coelhinha Bibi, a floresta nunca mais teve alegria.

O cenário na primeira parte, é uma floresta. Na Segunda parte, é o interior do castelo da bruxa, com caldeirão, bola de cristal e outros acessórios à gosto da direção.

O autor

A cena inicia com a Borboleta, a Formiga e o Jabuti, cantando de alegria na floresta.

BORBOLETA

(Cantado).

Eu sou uma borboleta

Sou bela, mas pequenina

Sou eu quem embelezo as flores

Estou nas matas e nas colinas

FORMIGA

Eu sou uma formiguinha

Pequenininha eu sou

Voar como a borboleta

Sei que um dia também vou

JABUTI

Eu sou um jabuti

Queria voar também

Mas só se eu tirasse esse casco

Eu não sei se vou gostar...

BORBOLETA

(Dá uma gargalhada).

FORMIGA

(Também rindo). Tá errado, Jabuti! Você não rimou... Cante outra vez...

JABUTI

(Cantado).

Eu sou um jabuti

Queria voar também... (Pára e fica pensativo).

Me esqueci! (Transição). Ah, estou tão triste!

BORBOLETA

Não fique triste não, Jabuti! Não tem problema! Nós o amamos do mesmo jeito!

JABUTI

É mesmo? Então estou feliz novamente! (Transição triste). Mas eu não consigo andar depressa...

FORMIGA

E onde está o problema nisso, Jabuti? Eu ando correndo... Mas os seus passos são maiores que os meus; e a borboleta não me espera? Então esperaremos você também!

JABUTI

Ah, então estou feliz novamente! Vamos cantar?

FORMIGA

Que legal! Vamos, sim...

BORBOLETA

Cante com a gente!

TODOS

Nós somos todos felizes

Porque podemos brincar

Nós somos todos amigos

Chá,lá,lá,lá,lá,lá,lá...

BORBOLETA

(Falado). Ah, a vida é tão bela, tão cheia de flores! Como eu gosto da natureza!

FORMIGA

Ah! Eu também gosto! E você, Jabuti?

JABUTI

É! Acho que sim! Não tenho pressa pra nada... Não tem ninguém que fique me atormentando... À não ser aquela coelha feia e sem graça!

FORMIGA

De quem você está falando, Jabuti?

BORBOLETA

Eu já sei, quem é!

FORMIGA

A princesa Bibi?

JABUTI

A própria!

BORBOLETA

Que malvadeza! Mas por que tanta raiva da princesa Bibi, Jabuti?

JABUTI

Porque eu tenho, ora!

FORMIGA

Não fale mal da princesa Bibi! Se não fosse ela, eu não sei o que seria desta floresta!

BORBOLETA

Estou também de acordo!

JABUTI

Vocês são duas puxa-sacos!

FORMIGA

(Repreende). Jabuti, você está nos ofendendo...

BORBOLETA

Você tem que mudar o seu jeito de ser! Não pode estar maltratando todo mundo, que encontra pela frente! (Transição). Quer saber de uma coisa? Eu não quero ouvir mais nada, que fale mal da princesa Bibi! Esta floresta só tem vida, por causa dela!

JABUTI

Também não é assim não...

FORMIGA

É, sim senhor! Antigamente, esta floresta era um deserto só! Ninguém ouvia os cânticos das cigarras, os vaga-lumes... (Transição). Ah, os vaga-lumes... Nunca mais clarearam as noites de lua! Agora, depois que apareceu a coelhinha Bibi, com as suas cenouras mágicas... (Transição. Suspira forte). Ah! A alegria voltou à reinar novamente! Até a bruxa Bizantina nunca mais apareceu! Com isto, toda a floresta está numa paz, que há muito tempo não se via por aqui! (Transição). Você está sendo muito ingrato, Jabuti! Ao invés de ficar criticando, você deveria era agradecer a ela, por ter dado esta sensação gostosa de estarmos mais próximos da natureza... Arrumando amiguinhos, brincando... (Transição). Isto é que é vida...

BORBOLETA

Ela tem razão, Jabuti! Dessa vez, você errou feio!

JABUTI

(Arrependido). Estou com vergonha! Realmente a gente tem tudo e ainda reclama!

FORMIGA

Espere aí, Jabuti! Não queira transferir os seus defeitos para os outros! Eles realçam muito bem em você mesmo! Eu não reclamo de nada! Eu gosto da vida, do jeito que ela é!

BORBOLETA

Eu também!

JABUTI

Estou realmente envergonhado! Não tinha pensado no que vocês acabaram de abordar!

FORMIGA

Pois é!

BORBOLETA

Ainda bem que as cenouras mágicas estão nas mãos da pessoa certa! Já pensou se estas cenouras estivessem nas mãos da bruxa Bizantina?

FORMIGA

Eu não quero nem pensar!

JABUTI

Eu nunca mais vou brigar com a princesa Bibi! (Ouve-se um barulho).

FORMIGA

Silêncio! Vocês estão ouvindo?

BORBOLETA

Não, o que é?

FORMIGA

Escute! (A sonoplastia libera a Música da bruxa Bizantina).

JABUTI

Vamos correr! É a bruxa Bizantina cantando!

BORBOLETA

Ela não pode fazer nada com a gente! Esta floresta, pertence a coelhinha Bibi!

BIZANTINA

(ENTRA CANTANDO).

Eu vou dar um

Eu vou dar dois

Eu vou dar três

Pulos de alegria

Depois que eu encontrar

As cenouras da magia

Eu vou ser uma rainha

Que todos esperavam

E a floresta vai ser minha

Eu vou recompensar

Aqueles que pegar

As cenouras da coelhinha

(Só com o ritmo e falado)

Mas se você não me ajudar

Eu vou tentar roubar

E coelhinha eu vou comer

Vocês não vão gostar

Do castigo que eu vou dar

Não brinquem com meu poder...

(A bruxa fala sem ritmo e sem música).

Eu quero a coelhinha Bibi... Não importa quanto ela vá me custar! Me ajude, por favor! A vida de vocês vai melhorar! (Dá uma gargalhada). Vai melhorar... (Dá outra gargalhada e sai de cena). Vai melhorar... (A voz da bruxa vai se distanciando).

BORBOLETA

Esta bruxa velha passando por aqui? Estranho! Muito estranho! Hum... Eu não estou gostando nada disso!

JABUTI

Por que ela saiu dando gargalhadas?

FORMIGA

Ora! Porque ela é uma bruxa, Jabuti!

BORBOLETA

Precisamos avisar a princesa Bibi! A bruxa Bizantina não pode andar nesta floresta! A princesa proibiu terminantemente da bruxa Bizantina andar por aqui! Assim que ela assumiu o trono, ela determinou isso! Ela está muito confiante em vir até aqui! Por isso que eu não estou gostando!

JABUTI

(Irônico). Mas a bruxa não está fazendo nada demais!

FORMIGA

Mas a princesa não quer que ela passe por aqui, Jabuti!

JABUTI

Mas por que?

BORBOLETA

Ora, Jabuti! Deixe de perguntas! Se a princesa Bibi, não quer a bruxa Bizantina passando pelo seu reinado, não quer e pronto! Temos que comunicar a ela a presença da bruxa, porque somos os únicos bichos de confiança da princesa! Só nós sabemos das cenouras mágicas! Além do bode rôco!

FORMIGA

Tens razão! Nós somos guardas de confiança da princesa Bibi! Eu odeio aquela bruxa horrorosa! Do mesmo jeito que eu não gosto das cobras, dos sapos...

BORBOLETA

Eu mesma não gosto de Lagartas!

JABUTI

Mas você é uma lagarta, Borboleta!

BORBOLETA

Era, Jabuti! Era!

FORMIGA

Como é que a gente vai fazer para avisar a princesa Bibi, que a bruxa Bizantina passou por aqui?

JABUTI

Nada!

BORBOLETA

Nada?!

FORMIGA

Como nada, Jabuti?

JABUTI

(Desconfiado). Hen? É... Eu quero dizer... Que não vai adiantar nada!

BORBOLETA

É claro, que vai! A Bizantina passando pela floresta, é sinal de perigo!

JABUTI

Eu acho que não tem perigo nenhum! O bode roco, não é o guarda que vigia as cenouras? Então! Ele é muito competente cuidadoso... Não vejo motivo de preocupação...

FORMIGA

Nesse caso, o Jabuti tem razão! Sem as cenouras mágicas, A bruxa Bizantina não pode fazer nada contra nós... E o bode roco é um guarda muito competente!

BORBOLETA

Eu sei, que é! Mesmo assim, temos que avisar... (Entra o bode roco, apavorado).

BODE ROCO

Bééé... Meus amigos... Bééé... Me acudam... Bééé...

BORBOLETA

(Espantada). O que foi que houve, Bode Roco?

BODE ROCO

Hum... Bééé... (Cansado). Vou ver se consigo falar!

JABUTI

Esse bode tem um mau cheiro terrível...

FORMIGA

(Repreende). Jabuti! Respeite o nobre colega!

JABUTI

E eu falei algo demais?

FORMIGA

Fale, bode roco! O que está acontecendo?

BODE ROCO

Bééé... Rou... Roubaram as cenouras mágicas...

JABUTI

(Meio sorridente e desconfiado). Mas como foi isso, bode roco?!

BODE ROCO

Não sei... Humbééé! Eu estava vigiando a toca das cenouras... Quando de repente, chegou uma garotinha precisando de ajuda...

FORMIGA

(Nervosa). E daí, bode roco?

BODE ROCO

Bééé... Eu fui ajudar! E esqueci as cenouras mágicas! Bééé... Ela me deu um pedaço de bolo de milho e depois... Bééé... (Boceja). Me deu um sono, que eu não consegui me controlar e acabei dormindo! Vim acordar agora! E as cenouras mágicas não estão lá na toca... Bééé...

FORMIGA

Agora se explica o motivo da bruxa Bizantina passar por aqui!

BODE ROCO

(Espantado). Bééé... Ela passou por aqui?

BORBOLETA

Passou, sim...

BODE ROCO

Não pode! Bééé... Esta floresta está protegida por um escudo invisível, que ninguém consegue ultrapassar... À não ser que alguém desative a magia das cenouras...

JABUTI

(Irônico). Eu não acredito!!!

BODE ROCO

É verdade, Jabuti!

BORBOLETA

Mas as cenouras foram roubadas! Por isso que a magia acabou!

BODE ROCO

Bééé... A princesa Bibi vai me matar!

BORBOLETA

Se acalme, Bode roco! Você não teve culpa! O seu coração é muito generoso! Isso não está me cheirando bem! Alguma coisa me diz, que a garotinha que você falou, tem alguma coisa à ver com a...

BODE ROCO

(Escandalizado). Bééééééé...

FORMIGA

A bruxa Bizantina?!

BORBOLETA

Isto mesmo!

JABUTI

Eu não acho!

BODE ROCO

Mas não pode... Bééé... Era apenas uma garotinha!

BORBOLETA

Exatamente por isso! A bruxa Bizantina se transforma no que ela quiser!

BODE ROCO

Béééé... Quer dizer que aquela garotinha, era a bruxa disfarçada?

BORBOLETA

Claro! E também está claro, que quem roubou as cenouras mágicas, foi a própria bruxa Bizantina!

BODE ROCO

Bééé... Mas não pode! Se a bruxa era a garotinha, ela não pode ter roubado as cenouras mágicas, porque ela estava o tempo todo comigo!

FORMIGA

Mas você dormiu, bode roco!

BORBOLETA

À não ser que ela tenha tido algum ajudante!

JABUTI

(Desconfiado). Vocês vão me desculpando, mas eu tenho um monte de coisas pra fazer...

FORMIGA

Espere aí, Jabuti! Por que tanta pressa?

BORBOLETA

É, pelo que me consta... Você não tinha nada para fazer!

JABUTI

Mas agora eu tenho!

FORMIGA

Você não vai pra lugar nenhum! A princesa Bibi precisa da gente e nós não vamos abandona-la agora!

JABUTI

(Rindo). Mas a Bizantina também precisa de mim...

BORBOLETA

(De salto). O que?

FORMIGA

(Boquiaberta). Eu não acredito no que eu estou ouvindo!

BODE ROCO

Bééé... Você teve coragem de trair a princesa Bibi, Jabuti? Merece uma boa chifrada... Bééé...

FORMIGA

Por que eu não pensei nisso antes? Bem que eu podia desconfiar! Você estava defendendo muito a bruxa Bizantina!

BORBOLETA

Traidor... Você vai se arrepender do que fez! A bruxa Bizantina não gosta, nem dela mesmo... Não é flor que se cheire!

JABUTI

(Debochado). O que é que se pode fazer? Ela é a nova rainha desta floresta! (Dá uma risada). Ela me chamou para ser o seu assessor...

FORMIGA

Você é um traíra nojento! (Avança para pegar o Jabuti).

BODE ROCO

(Atravessa na frente da formiga). Não precisa fazer isso! Você é muito menor que ele! Deixe que eu mesmo vou tomar as providências! Eu vou dar uma chifrada nele! Bééé...

BORBOLETA

Não faça isso! Não vai valer à pena!

FORMIGA

(Expulsa).Vá embora daqui, antes que a floresta inteira se revolte contra você, Jabuti! E também quando a princesa Bibi descobrir tudo, você não vai gostar da brincadeira!

JABUTI

(Rindo). Ela já sabe!

FORMIGA

Eu não estou entendendo, Jabuti!

JABUTI

Todos vocês já são escravos da bruxa Bizantina! A coelhinha Bibi, que era princesa, agora, não passa de uma coelha enjaulada! Foi a primeira a ser capturada...

BODE ROCO

(Pega na beca do Jabuti). Bééé... E onde ela está agora... Bééé...

JABUTI

Tire suas patas de cima de mim, seu bode fedorento! (Transição). A sua princesinha está no castelo da bruxa Bizantina, dentro de uma jaula que eu mesmo fiz! (Dá uma risada).

BORBOLETA

Eu não conhecia esse seu lado, Jabuti! Como pode fazer uma coisa dessa, com uma coelhinha tão maravilhosa como a princesa Bibi?

JABUTI

Ela não é mais princesa!

FORMIGA

Claro, que é! As cenouras mágicas pertencem a ela!

BODE ROCO

Sempre pertenceram!

JABUTI

Mas não pertencem mais! Agora, eles estão com a princesa Bizantina! Esta floresta estava precisando de uma melhorazinha mesmo... E eu como conselheiro da nova rainha, vou ser a pessoa ideal para botar pra frente esta mudança... Com a ajuda de vocês, claro! Como meus escravos! Já pensou? Todos me respeitando? E eu mandando em tudo isto aqui? Isto não é maravilhoso?

BORBOLETA

Como você é ingênuo, Jabuti! Você acha que a bruxa Bizantina vai deixar você se meter nos assuntos dela? Ora, deixa de ilusão!

JABUTI

Vocês estão com inveja! Ela prometeu para mim, que se eu à ajudasse a roubar as cenouras mágicas, ela ia ser rainha desta floresta e eu, ia ganhar um bom cargo no seu reinado!

BODE ROCO

E você aceitou, logicamente... Bééé... Idiota... Bééé...

FORMIGA

Que cabeça de burro!

JABUTI

Claro, que eu aceitei! Não é toda hora que aparece uma chance dessa! Aquela garota que apareceu, foi realmente a Bizantina disfarçada! (Com o bode roco). Assim que ela ficou lhe distraindo, eu fui lá e peguei as cenouras mágicas e dei tudo pra ela... A coelhinha Bibi, viu e tentou reagir! Mas como a Bizantina já estava com as cenouras nas mão, a coelha não pode fazer nada! Ficou fraca e eu a coloquei dentro de uma jaula, que eu mesmo fiz! (Dá uma risada. Transição nota que ninguém achou engraçado e fica descabreado).

BORBOLETA

Você fez a maior burrada de sua vida!

JABUTI

Eu não acho!

FORMIGA

Você não merece estar em nosso meio! (Vem chegando a bruxa Bizantina).

BIZANTINA

(Sem entrar em cena. Grita). Jabuti... Onde está você? Onde diabo está esse Jabuti! (Gritando). Jabuti...

JABUTI

Estou aqui, princesa!

FORMIGA

(Espantada). Princesa?!

BORBOLETA

A única princesa que aceitamos aqui na floresta, é a coelhinha Bibi!

BODE ROCO

Bééé... Eu também...

BIZANTINA

(Entra em cena). Ah, você está aí, seu verme preguiçoso? Eu precisando de você e você fica aí, conversando com estes idiotas desocupados! Insetos horrorosos!

BODE ROCO

(Com raiva). Bééé... Eu não sou inseto não! Eu exijo mais respeito com o pai de chiqueiro de uma boa linhagem! Eu sou um bode, sua bruxa velha, feia... Fedorenta!

BORBOLETA

Cuidado, bode roco!

BODE ROCO

Eu agora fiquei furioso! E não venha me tratar como se eu fosse um inseto, que você vai ver com quantas chifradas um bode arranca uma cerca!

BIZANTINA

(Furiosa). O que? Eu vou transformar você, num inseto saltitante!

FORMIGA

(Apavorada). Não faça isso!

BORBOLETA

(Implorando). Por favor!

BIZANTINA

Pois me tratem como princesa! Afinal, eu possuo as cenouras mágicas! Todos vocês vão ser meus prisioneiros! E vão ficar juntos da coelha dentro da jaula!

JABUTI

Eu vou ser o seu conselheiro, não é verdade, Princesa?

BIZANTINA

Vai ser o que? Conselheiro? (Dá uma gargalhada). Você deveria se olhar no espelho, Jabuti! (Transição). Pensando melhor... Eu vou precisar de você!

JABUTI

Eu não falei, que eu ia ser seu conselheiro?

BIZANTINA

Não tanto! Pelo menos pra limpar o chão do meu castelo, você vai servir!

JABUTI

(Decepcionado). Mas não foi isso que nós combinamos!

BIZANTINA

Eu não combinei nada com você, Jabuti!

JABUTI

Bem que meus amigos falaram! Eu não sei porque eu fui confiar em você!

FORMIGA

Agora é tarde, Jabuti!

BORBOLETA

Você não merece confiança de ninguém, Jabuti!

BODE ROCO

(Com a bruxa Bizantina). Bééé... Por que você não leva a gente, para onde está a princesa Bibi?

BIZANTINA

Eu já falei que a princesa aqui, sou eu e vocês vão todos para a jaula! Abra cadabra!

BORBOLETA

Espere...

BIZANTINA

O que é que você quer?

BORBOLETA

A Bibi está sozinha, é?

BIZANTINA

Agora não está mais! (Dá uma gargalhada). Todos vocês vão fazer companhia para ela! (Se deliciando). Ah... Hum... Eu vou comer uma coelhinha torradinha!

FORMIGA

Você não pode fazer isso!

BODE ROCO

Bééé... E claro, que ela não vai... Bééé...

BIZANTINA

(Com raiva). E quem é você, pra falar assim comigo, seu bode roco de meia tigela?

JABUTI

Oh, alteza! (Fazendo reverência).

BIZANTINA

Gostei do Alteza... Continue...

JABUTI

Bela princesa... (Faz gestos, chamando a atenção dos outros).

BIZANTINA

Continue... Continue...

BORBOLETA

Qual será a próxima?

FORMIGA

(Em tom de cochicho). Vejam! O Jabuti está querendo dar um sinal!

BODE ROCO

Ele está mandando um de nós ir buscar ajuda!

FORMIGA

Então vá você, bode roco! Você é muito veloz! (O bode roco sai de cena sem que a bruxa perceba).

JABUTI

Você vai ser a rainha, que qualquer floresta gostaria de ter...

BIZANTINA

Você acha mesmo? (Transição). Chega! (Com raiva). Cansei minha beleza! Agora vão todos para a mesma jaula da coelhinha! (Pega uma corda e amarra todos e leva para o castelo. Todos saem de cena. A iluminação clareia em outro ponto da floresta. O caçador está testando sua arma e o bode entra sem ver o caçador e esbarra nele sem querer, procurando susto nos dois).

CAÇADOR

(Caído). Socorro... Eu tou entregue! Eu estou morto! Olhe... Não toque em mim, que eu já estou morto! Não toque em mim, pelo amor de Deus ... (Transição ver que é o bode roco e fica descabreado). Ah, é você, bode roco?

BODE ROCO

Bééé... Se assustou, senhor Caçador? Ficou com medo de mim? Sou eu... Bééé... O bode roco

CAÇADOR

Eu? Com medo de você? Só na sua cabeça! Você já viu um caçador com medo de alguma coisa, bode roco? (Uma coruja canta). Ai... é ela... Me socorre, bode roco! (Se esconde atrás do bode roco).

BODE ROCO

É apenas uma corujinha, caçador!

CAÇADOR

(Cansado e suspirando forte). Eu sei que é uma corujinha! Você atrapalhou a minha concentração! Vamos, saia da minha área, que eu preciso trabalhar!

BODE ROCO

Mas senhor caçador... Eu vim lhe pedir ajuda em nome da princesinha Bibi...

CAÇADOR

O que é que tem a princesa? Aconteceu alguma coisa com ela? Fale, bode roco.. Fale, que eu tenho que armar uma armadilha, dependendo da história que você me contar!

BODE ROCO

A princesa Bibi foi capturada pela bruxa Bizantina!

CAÇADOR

E qual o problema nisso? (Transição escandalizado). O que?! A bruxa Bizantina pegou a princesa Bibi? (Mordendo os dedos de medo).

BODE ROCO

Pegou, sim... A bruxa roubou as cenouras mágicas... Vamos, caçador... Precisamos salvar a princesa bibi das garras daquela bruxa malvada!

CAÇADOR

Você enlouqueceu de vez, bode roco? E se ela pegar a gente também?

BODE ROCO

Não podemos pensar nisso agora, senhor caçador! Temos que ir depressa, antes que ela coma a princesa Bibi...

CAÇADOR

(Apavorado). Ai, meu Deus... Ela vai comer a gente também...

BODE ROCO

Tudo bem... Se você não quer ir... Tudo bem... Agora, eu vou dizer pra princesa Bibi, que você rejeitou ajuda-la, hen? Depois não reclame da sorte!

CAÇADOR

Você tá louco, bode roco? A coelhinha Bibi, vai me mandar embora da floresta! Emprego tá difícil por aí...

BODE ROCO

Então, vamos embora que ela está precisando da gente! (Sai empurrando o caçador). Vamos depressa!

CAÇADOR

Tá bom! Mesmo contra à minha vontade eu vou! (Transição). Ai, meu Deus... Por que é que a pior parte, sempre sobra pra mim!?... (Os dois saem de cena. As luzes se apagam para a troca de cenário.

(FIM DO 1º ATO).

(2º Ato).

Acendem-se as luzes gradativamente. O novo cenário, é o interior do castelo da bruxa Bizantina. Em cena, estão todos os adereços que um castelo de bruxa possa ter. Além de uma jaula de madeira com a Coelhinha Bibi dentro. A cena inicia com um musical da coelha Bibi

BIBI

(Cantado).

Não faz sentido uma prisão

De um animal que é inocente

Pra quê prender um animal?

Se você é consciente

Um animal nunca faz mal

Mais um motivo pra você

Quando encontrar um animal

Não se atrever à prender

Chá,lá,lá,lá,lá,lá,lá...

Chá,lá,lá,lá,lá,lá,lá...

Quando encontrar um animal

Não se atrever a prender...

(Falado). Socorro... Me tirem daqui! Por favor! (Tentando sair). Será possível que ninguém me ouve?! Será possível que não tem ninguém, que possa vir me salvar? Socorro, me tirem daqui! Quem está me ouvindo? Venha me salvar! (Transição). Como está a floresta sem mim? Onde será que aquela bruxa malvada colocou as minhas cenouras mágicas? (Transição com a criançada). Vocês, meus pequeninos... Me ajudam a procurar as minha cenouras mágicas? Por favor! Venha logo, antes que aquela bruxa malvada, chegue! (Se alguma criança se propuser em ajudar a procurar cenouras, a coelha Bibi, fica insinuando que a criança procure em vários lugares. Mas se nenhuma criança ajudar). Ah, eu estou tão triste! Se vocês não me ajudarem à procurar as minhas cenouras mágicas, a floresta vai morrer... (Entra uma música, insinuando a entrada da bruxa). Cuidado! A Bruxa Bizantina está chegando!

BIZANTINA

(Entra em cena). Aquela floresta é minha, insetos horripilantes... Toda minha... (Solta uma gargalhada). E todos os bichos que nela habitam, pertencem de agora por diante à mim... E vão ser meus escravos! (Transição). Por causa desse Jabuti, Idiota, vocês perderam as cenouras mágicas! (Transição). Estavam deliciosas?

BIBI

(Escandalizada). Você comeu as minhas cenouras mágica?!

BIZANTINA

Suas?! (Solta uma gargalhada). Nada mais lhe pertence, coelha Bibi! E todos vocês vão ser meus escravos... (Dá uma gargalhada).

JABUTI

(Arrependido). Solte a princesa Bibi, sua bruxa horrorosa!

BORBOLETA

(Admirada). Oh!

FORMIGA

Não faça isso, Jabuti! Não é dessa forma que você vai corrigir o seu erro!

BIZANTINA

(Irônica). O que é que há, Jabuti?! Está querendo voltar atrás, é?! Você não acho que já é um pouco tarde demais não?

JABUTI

Eu não quero mais continuar o trato! Você me prometeu um cargo importante no seu reinado!

BIZANTINA

Claro! Eu disse que ia lhe dar um cargo importante e vou lhe dar um cargo muito importante aqui no meu reinado! Afinal de contas, foi você quem me ajudou à roubar as cenouras mágicas e capturar esta coelha sem graça!

BORBOLETA

Não fale assim da princesa Bibi!

BIZANTINA

Nossa! Quanta defesa!

BIBI

Deixa pra lá...

JABUTI

E qual vai ser o meu cargo, Bizantina? (Faz reverência).

BIZANTINA

Que tal o faxineiro do meu castelo?

JABUTI

Faxineiro?! Não gostei...

FORMIGA

(Dá uma gargalhada).

BORBOLETA

Para alguém de sua espécie, não existe cargo melhor!

BIZANTINA

(Repreende). Cala a boca! (Transição com o Jabuti). Eu gostei de sua eficiência! Tome esta vassoura... Eu quero tudo limpo! Faz tempo que eu não encontro alguém com tanta garra, como você! O meu castelo está um lixo! (Transição com os outros). E vocês, vão fazer companhia a princesa derrotada! (Dá uma gargalhada, pega a Borboleta e a Formiga e as colocam dentro da jaula, onde está a coelhinha Bibi).

JABUTI

Majestade, me responda uma pergunta?

BIZANTINA

Se for besteira, eu vou lhe dar para os jacarés no calabouço! (Transição com raiva). Fale logo... Desde que essa pergunta não seja irritante!

JABUTI

Onde estão as cenouras mágicas?

BIZANTINA

(Com raiva). Pra quê você quer saber, seu idiota?

JABUTI

Bem... É... Curiosidade!

BIZANTINA

Você acha que eu vou entregar o ouro, assim de mão beijada? Só na sua cabeça de camarão!

BIBI

Quer dizer, que você não comeu as cenouras mágicas?

BIZANTINA

Se eu as comesse, como era que eu ia ficar poderosa?

BORBOLETA

Ela não sabe como funciona a magia das cenouras...

FORMIGA

Que bruxa mais burra!

BIZANTINA

(De salto e com raiva). O que?! Você me chamou de burra? (Transição). Tá certo que eu não sei mesmo, como usar estas drogas destas cenouras! (Transição furiosa). Aí, que raiva! (Transição). Mas você está em meu poder... Naturalmente, você vai me ensinar a usá-las... hen... (Transição com ironia). Princesa Bibi...

FORMIGA

Nunca!

BIZANTINA

Eu falei com a coelha, sua formiga intrometida!

BIBI

Mas a formiga tem razão, sua bruxa horrorosa! Se você não sabe usar as cenouras mágicas, então você continua sendo a bruxa Bizantina de sempre! Eu só lhe ensinei a desativar a barreira de proteção da floresta... Não vou ensinar mais nada!

JABUTI

E não é automaticamente que as cenouras mágicas funcionam?

BIBI

(Repreende). Jabuti!

BIZANTINA

Então... (Dá uma gargalhada).

JABUTI

Eu falei alguma besteira?

BORBOLETA

Você só vive falando besteira, Jabuti!

BIZANTINA

Eu não quero em meu reinado, nenhuma coelha abelhuda se metendo nos meu assuntos... Por isso... (Transição). Eu vou pegar madeiras para fazer a fogueira! (Transição). Hoje eu quero comer uma coelha assada na brasa...

FORMIGA

(Com medo). Você não pode fazer isso...

BIZANTINA

Eu não posso? Você também conversa demais... Pena que você é muito pequena... Me aguardem... (Ri e sai cena).

BIBI

(Com o Jabuti). Eu estou decepcionada com você, Jabuti!

FORMIGA

Você traiu a princesa Bibi...

BORBOLETA

A gente vai sair dessa jaula e recuperar as cenouras mágicas... Vai lhe expulsar da floresta e você nunca mais vai ser aceito em lugar nenhum... Vai morrer de fome e de frio...

JABUTI

(Aperreado). Chega! Eu não quero ouvir mais nada! Eu também fui enganado!

BIBI

Se você tivesse dito pra mim, que queria um cargo superior, eu tinha lhe dado, que eu nunca neguei nada pra ninguém... Quanto mais para os que eu tenho toda confiança!

JABUTI

(Triste). Nesse ponto você tem razão, coelhinha Bibi! Eu tou arrependido! Eu agi sem pensar! Eu não presto mesmo!

BIBI

Não fique assim! Não é hora para lamentações! Já que você está fora da jaula, nos ajude à sair daqui!

JABUTI

Mas eu não posso! A Bizantina levou as chaves!

BIBI

Então vá buscar ajuda, corra!

JABUTI

Eu não posso correr!

BORBOLETA

Não precisa, princesa! A bruxa vacilou e o bode roco fugiu, que nem deu para ela notar!

FORMIGAS

Ele já deve estar de volta!

BIBI

É bom que ele chegue à tempo! Se não, viraremos churrascos...

BORBOLETA

Ele está demorando demais...

BIBI

(Nervosa). Se mova, Jabuti! Se a Bizantina ver você parado, conversando com a gente, vai terminar, você também virando churrasco!

JABUTI

Eu já estou limpando! (Continua varrendo).

BIBI

Jabuti, me responsa uma pergunta! Você está do meu lado, ou do lado da bruxa Bizantina?

JABUTI

Precisa eu lhe responder essa pergunta, princesa?

FORMIGA

Não confie nele, princesa!

BORBOLETA

Eu também acho...

JABUTI

Vocês acreditem se quiser! Eu errei! E queria recuperar o meu erro! Acreditem em mim!

BIBI

Eu acho que devemos dar um voto de confiança! Afinal, ele já está sabendo quem é Bizantina!

JABUTI

Eu estou aqui para servi-la! Oh, princesa me perdoe pelo que eu fiz!

BIBI

Não precisa está se desculpando! Eu confio em você! Já que você não pode nos tirar daqui, temos que bolar um plano, para enganar a bruxa Bizantina!

JABUTI

Que plano, princesa!

BIBI

Hum... Deixe-me ver! (Transição). Já sei... Preste atenção para não fazer a coisa troncha, ouviu, Jabuti?

JABUTI

Sim, alteza... Pode falar!

BIBI

Pois bem! (Entra o bode roco e o caçador).

BODE ROCO

Bééé... Salve, Alteza! Princesa Bibi! Bééé’...

CAÇADOR

(Medroso).Salve, Alteza! Princesa Bibi! Bééé...

FORMIGA

Não precisa berrar, seu caçador! Isto fica para o bode!

BIBI

Não precisa mais, Jabuti! A ajuda já chegou!

CAÇADOR

Eu estou com medo! Eu estou morrendo de medo! (Trêmulo).

BODE ROCO

Bééé... Com medo? De que? Bééé...

CAÇADOR

Este lugar me dá arrepios...

BIBI

Não tenha medo, senhor caçador!

BORBOLETA

É este o corajoso que você trouxe, pra salvar a princesa Bibi é, bode roco?

FORMIGA

Estamos todos perdidos!

BODE ROCO

Bééé... Eu só conheço ele!

CAÇADOR

Onde ele está? (Com muito medo).

BODE ROCO

Quem? (Pega o espelho grande da bruxa e coloca atrás do caçador).

CAÇADOR

A bruxa!!!

FORMIGA

Não se preocupe, que ele está bem atrás do senhor...

CAÇADOR

(Assustado). Atrás de mim? (Olha para trás e dá de cara com ele mesmo. Transição grita). Ai... Que coisa horrorosa! Eu vi... Eu vim uma bruxa...

BIBI

É brincadeira, seu caçador! A bruxa que o senhor viu, foi o seu reflexo no espelho!

CAÇADOR

(Descabreado). Ah, e foi?

BORBOLETA

Vamos, homem! Tire a gente daqui!

CAÇADOR

Ai, meu Deus! E se a bruxa me pegar?

FORMIGA

Isto não é problema!

CAÇADOR

(Trêmulo). Deixa brincadeiras!

BORBOLETA

Mas é medroso!

CAÇADOR

(Cantado).

Se é pra ter medo eu tenho...

Na hora de correr eu corro...

Se é pra salvar eu venho...

Se a bruxa aparecer eu morro...

Se a bruxa me prender

Não sei o que será

Não sei se vou viver

Mas tenho que tentar

Eu sou um caçador

Mas eu tenho coragem

Não gosto de pavor...

Prefiro que seja... Uma miragem...

BORBOLETA

Pôxa! Como você é medroso mesmo, hen, Caçador?

FORMIGA

E agora? O que a gente vai fazer? As chaves não estão aqui! As cenouras mágicas, também não!

BODE ROCO

Bééé... Mas nós estamos aqui!

BORBOLETA

Só se você for, bode roco! Por que este caçador de meia tigela e esse jabuti devagar quase parando, estamos perdidos!

BIBI

Tenha paciência, formiguinha! (A sonoplastia entra com uma música de impacto). Cuidado! A bruxa está chegando!

CAÇADOR

(Apavorado). Ai, meu Deus... A bruxa! O que eu vou fazer? Socorro, meu Deus! Pelo amor de Deus!

BIBI

Não grite! Se não, a bruxa Bizantina vai ouvir a sua voz!

CAÇADOR

(Trêmulo). E o que a gente vai fazer? O que a gente vai fazer, princesa?

BIBI

Se esconda, rápido! Você e o bode roco!

JABUTI

E eu?

BIBI

Você tem que ficar aí, e fazer de conta que nada está acontecendo! (Transição com o bode e o caçador). Corram, procurem um lugar pra se esconder!

CAÇADOR

(Apavorado). Onde? Ai, meu Deus... Onde? Pelo amor de Deus, onde? (Transição). Aqui atrás do caldeirão?

FORMIGA

Claro, que não, não é, seu caçador?

BORBOLETA

Andem depressa! Se não, não vai dar tempo!

BODE ROCO

Bééé... Eu já achei o lugar! Atrás desta porta!

CAÇADOR

(Trêmulo). Eu também...

BORBOLETA

Não...

FORMIGA

Mas é enrolado!

BIBI

Embaixo da mesa, seu caçador!

CAÇADOR

(Apavorado). Não! Na mesa não!

BORBOLETA

E onde mais? Não existe outro lugar!

CAÇADOR

Embaixo da mesa! Mas dessa vez, quem deu a idéia, fui eu... (Fica embaixo da mesa).

BIZANTINA

(Dando gargalhadas). Malditos mosquitos insaciáveis! Por onde ando, eles andam atrás de mim! Sugando o meu sangue azul!

JABUTI

(Sem entender). Sangue azul?!

BIZANTINA

Sangue de rainha, seu idiota!

JABUTI

Desculpe!

BIZANTINA

(Com o Jabuti). E como é que está o chão do meu palacete? Não está nada limpo, Jabuti! Se continuar com a sua moleza, eu vou lhe dar como lanche para os crocodilos... (Transição, dando tapas nos braços). Mas que mosquintinho infernal!

FORMIGA

É você que está fedorenta!

BORBOLETA

(Dá uma gargalhada).

BIZANTINA

(Com raiva). O que?! O que foi que você falou?!

BIBI

(Com ironia). Ela não ouviu!

BORBOLETA

Então ela é surda!

BIZANTINA

Até você, sua lagarta irritante! Todos vocês vão para o meu caldeirão! Mas antes, eu trouxe uma coisinha para você ver pela última vez... (Transição levanta uma cesta).

BIBI

Minhas cenouras mágicas...

BIZANTINA

Mas eu não vou deixa-las aqui! Trouxe para você ver, porque estou com muita fome e você vai ser o meu jantar! Veja as cenouras pela últimas vez!

JABUTI

Não faça isso, majestade!

BIZANTINA

Até você vai fazer parte do tempero! (Dá uma gargalhada. Transição). Ah, e estas cenouras... Vou guarda-las para sempre! (Coloca a chave em cima da mesa). Vou ser rainha! Agora a floresta é toda minha! (Dá uma gargalhada, com sonoplastia . O bode roco berra e toma a cesta da Bizantina e sai correndo, berrando e arrodeando o caldeirão; e a Bizantina, vai atrás).

BODE ROCO

Caçador... Abra a jaula... (O caçador, morrendo de medo, pega a chave e entrega rapidamente para a coelhinha Bibi).

CAÇADOR

(Com medo). Jogue pra cá a cesta! (O bode joga a cesta para caçador e a bruxa deixa o bode e vai em direção ao caçador).

JABUTI

(Vai ajudar a coelhinha Bibi à sair da jaula).

BIBI

Jogue pra cá! (A cesta vai para as mãos do coelhinha Bibi).

BIZANTINHA

(Grita). Ahhhhh! Vocês estão me deixando irritada! Vocês vão ver os meus poderes! (Pega a vara mágica em algum local da passagem da bruxa). Átuas... Átuas... Átuas... Quero que todos virem estátuas... (Todos ficam parados, inclusive a Bizantina).

FORMIGA

(Paralisada). Tá! A bruxa também virou estátua...

BIBI

É, o feitiço virou para cima da feiticeira!

BIZANTINA

(Com raiva). Maldita vara mágica! Me deixou na mão! Vou voltar o quadro! Bera, bera, bera... Quero que volte tudo o que era! (A vara não obedece).

CAÇADOR

Olhem, a mágica não funcionou!

BIBI

Exatamente! Eu pedi as minhas cenouras mágicas para cessar os poderes da Bizantina, de uma vez por todas! A bruxa horrorosa, não tem mais poderes nenhum! Cenoura, cenourinha... Libere todos da magia... Menos a Bruxinha... (Todos voltam ao normal e a bruxa Bizantina continua em forma de estátua). Que maravilha!

JABUTI

(Feliz). Viva a princesa Bibi!

TODOS

Viva...

CAÇADOR

Agora, vamos matar... ou melhor... Vamos jogar esta bruxa no caldeirão!

BORBOLETA

Olhem só! O medroso criou coragem!

BIBI

Não é desse jeito, que vamos fazer! Eu tenho uma idéia melhor!

BODE ROCO

Bééé... Então fale, princesa!

BIBI

A bruxa Bizantina como estátua, fica muito bem para decorar a nossa floresta! Vamos deixa-la na floresta! Pelo menos os passarinhos vão ter onde fazer cocô... (Todos caem na gargalhada).

BIZANTINA

Nunca!

BIBI

Então, tudo bem... Podem coloca-la no caldeirão!

BIZANTINA

Pensando melhor! (Transição). Eu aceito!

FORMIGA

E quem vai ser o vigia da estátua Bruxa Bizantina?

BIBI

O Jabuti!!!

JABUTI

(Alegre). Eu?! Gostei do cargo, princesa! Muito obrigado! (Todos caem na gargalhada. As luzes vão se apagando para a troca de cenário. Volta o cenário da floresta e em cena, está a bruxa Bizantina como estátua toda melada de cocô de passarinho e alguns passarinhos em cima dela e o Jabuti em pose de vigia. A sonoplastia libera a música final).

TODOS

(Cantado).

Nós somos todos felizes

Porque podemos brincar

Nós somos todos amigos

Chá,lá,lá,lá,lá,lá,lá...

BIZANTINA

(Bota a língua para fora). Eca! (As luzes se apagam. A sonoplastia libera uma narração).

NARRAÇÃO

E assim, todos ficaram felizes para sempre! Menos a bruxa, claro!

(FIM).

PEÇA: A COELHINHA BIBI E AS CENOURAS MÁGICAS

AUTOR: FLÁVIO CAVALCANTE

MÊS: AGOSTO

ANO: 1995

OBS: Todo trabalho desenvolvido por este autor, é totalmente fruto da imaginação; porém, qualquer semelhança é mera coincidência.

Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 26/03/2009
Código do texto: T1507217
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.