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Cora, a menina coruja
                                   Quando crescer, quero ser criança" (Joseph Heller).


Cora tem uma boneca,
feita de pano, bem macia.
Ela se chama Soneca,
mas veja só que ironia!
 

Quando chega a hora de dormir,
a Soneca , muito obediente,
fecha os olhos sem resistir...
E a Cora? Sai do ambiente!
 
A menina vai para sala
e liga a televisão.
Apanha um pacote de bala,
assiste a toda programação.
 
No outro dia, a Soneca,
descansada, quer brincar
mas a Cora, tão sapeca,
a cama não quer abandonar.
 
Eis que uma madrugada.
rosto melado, mãozinha suja,
Cora olhou para a escada
e viu uma porção de coruja.
 
“Cora, tu és uma ave,
uma coruja-orelhuda.
Vais alçar um voo suave
Tua família te saúda!"
 
Cora, num instante,
ganhou asa, olho escuro
virou uma menina mutante
esse era seu novo futuro.
 
Soneca transformou-se em Cora,
e Cora num ser com penas.
Soneca era uma menina agora,
Cora uma ave pequena.
 
Do alto de uma árvore frondosa,
a mamãe coruja lhe trouxe a refeição:
(era uma pomba malcheirosa)
Assustada, Cora gritou: “não!”
 
O grito alto, um apelo,
acordou a todos daquela casa,
havia sido um pesadelo...
Como era bom não ter asa!
 
Abraçou Soneca, tomou o chá
que a mamãe havia lhe preparado.
Prometeu não dormir mais no sofá,
só na cama, lugar adequado.
 

(Maria Fernandes Shu- 21 de junho de 2009)



 
 
 
*  Para minha filha Heloísa

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maria SHU
Enviado por Maria SHU em 21/06/2009
Reeditado em 22/06/2009
Código do texto: T1660191
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