O SAPO "JURURU"

     Era uma vez um sapo chamado Jururu. Não, não é cururu, é Jururu mesmo. É que o sapo desta estória vivia "jururu". Sabe o que é ficar "jururu"? É ficar de cara feia, trancada, mal-humorado, chateado, triste, numa melancolia só. Pois é! O sapo Jururu já começava o dia assim, todo "jururuzinho".
     Todos na lagoa em que ele vivia eram alegres, gostavam de cantar e cantavam, cantavam! Mas o Jururu, tadinho! Tristinho que dava dó!
    À tardinha na lagoa era uma festa, pois era a hora de todos irem para a aula de canto de D. sapa serelepe. O sapo Jururu também era aluno de D. sapa Serelepe, mas nem na aula de canto ele se animava. Cantava, só que cantava todo "jururu" e o seu canto era um "jururuzão" só.

     D. sapa Serelepe era toda animada, sorridente, de bem com a vida, a alegria em pessoa. Ela até que tentava animar o sapo Jururu:
__Vamos Jururu cante, cante com alegria! Deixe o canto fluir! Deixe ele sair do fundo do coração. Alegre-se! Alegre-se com a canção!
     Mas o Jururu não se esforçava nem um pouquinho. Continuava no seu cantinho, todo "jururuzinho".   
     Então foi aí que a sapa Sapeca falou:
__D. sapa Serelepe, preste bem atenção. Será que o Jururu não sofre do coração e é por isso que o seu canto é tão tristão?
     E todos os demais alunos concordaram com a sapa Sapeca e pediram em côro para que D. sapa Serelepe levasse o Jururu ao médico.

     E D. sapa Serelepe disse:
__Puxa sapa Sapeca ! Acho que você tem razão. Deve haver algum problema com o Jururu, pois todos os sapos gostam de cantar e ele não. Nossa que aflição! Acho melhor levá-lo ao médico, quem sabe esta seja a solução?
     No dia seguinte lá estava o Jururu no cardiologista, o médico do coração. Todos os exames foram feitos e foi comprovado então, que ele não sofria do coração.
     Porém D. sapa Serelepe continuou em busca da solução e no dia seguinte o levou ao nutricionista. Quem sabe seu problema fosse nutrição? mas o nutricionista depois de examiná-lo falou:
_ O Jururu está muito fortão, com certeza tem uma boa alimentação. 
     D. sapa Serelepe não desistia e lembrando-se do que falara o último médico, pensou que o problema do Jururu estivesse no fato dele estar muito fortão, falando melhor: gordão, e então resolveu levá-lo ao endocrinologista. Quem sabe estava na hora do Jururu fazer uma dietaarrow-10x10.png, perder uns quilinhos e assim ganhar o que lhe faltava: alegria e disposição?
     Mais uma vez foi aquela decepção:
__Não, não e não__ Falou o endocrinologista.
__Ele não precisa emagrecer, está no peso ideal, tá tudo normal!
     D. sapa Serelepe continuou a andar de médico em médico, cardiologista, nutricionista, endocrinologista, neurologista, otorrinonaringologista, ista, ista, ista...Até chegar ao último da lista: O oftalmologista.

     O oftalmologista logo detectou o problema do Jururu e disse com razão:
__Descobri o problema do Jururu e é normal que ele não goste das aulas de canto, pois como acompanhar a partitura no papel se ele não enxerga, nem sequer as linhas da pauta da canção?
__Como assim?__Pergunta aflita D. sapa Serelepe.
     E o oftalmologista que é o médico dos olhos logo explica:
__D. sapa Serelepe o que ele precisa é de um óculos, um óculos bem grandão para melhorar a sua visão.
     D. sapa serelepe não se aguentava de tanta alegria, finalmente agora foi descoberto o que deixava seu aluno tão tristinho e desanimado.
     Quando amanheceu o dia lá se foram os dois, direto para a ótica comprar os óculos que o oftalmologista havia recomendado.
     O sapo Jururu saiu de lá com um lindo óculos multicolorido no rosto e um sorrisão daqueles de sapo mesmo, tão grande quanto a sua boca.
     Depois daquele dia o Jururur mudou de vida completamente. Agora ele era um sapo alegre, sorridente, cara de...Cara....Cara....Cara! ele era um cara feliz da vida!
     Nas aulas de canto seu coaxar fluía em tom afinado e alegre e a noitinha na lagoa com seus outros amigos sapos também cantava alegremente. A vida dele mudou tanto que ele trocou até de nome. Seu nome não é mais sapo Jururu. seu nome agora é alegrão...Alegrão de alegre, de tão alegre que ele é.
 FIM


Obs: Fiz essa estória inspirada no meu filho Marcelo. Ele sempre reclamava que não enxergava bem o quadro. Percebi que sua letra estava ficando meio engarranchada. o levei ao oculista e realmente o problema dele  era a visão. Depois do óculos sua letra voltou a ficar bonita como antes.
Márcia Kaline Paula de Azevedo
Enviado por Márcia Kaline Paula de Azevedo em 19/10/2009
Reeditado em 05/09/2015
Código do texto: T1875265
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