O PORTAL MÁGICO

     Giulia era uma menina sonhadora, como qualquer outra no mundo, e vivia com seus pais numa cidadezinha no interior de um pequeno país.  Um dia, quando voltava da escola, ela se deparou com um portal oriental na praça principal, com um ancião japonês dando os últimos retoques em sua pintura vermelha.
     -Que bonito, senhor!!!  -  exclamou ela ao ancião.
     -Gostou? Que bom...  Sabe, eu doei este portal para a cidade em gratidão ao tratamento respeitoso que a população me deu, quando emigrei para cá há 80 anos.  Ele é mágico...  Se você passar de ano na escola e tiver sido uma menina exemplar, passe três vezes sob o portal, fazendo um pedido de cada vez, e eles serão atendidos pelo Divino, viu?
     -Obaaaaa!!! - exclamou Giulia, com os olhinhos brilhando.  -Humm, tenho que pensar bem...  São só três pedidos...  E já estou com o meu boletim de aprovação escolar na mochila.
     Dias depois, c
omo nunca tinha visto o mar e o irmãozinho nunca emprestava a pipa para ela empinar, Giulia decidiu que o seu primeiro pedido seria "brincar numa praia ensolarada, empinando uma pipa multicolorida".  Passou por debaixo do portal e, magicamente, se viu transportada para uma praia paradisíaca, com uma linda pipa multicolorida nas mãos. Brincou o dia todo e, de repente, PLIM PLIM!  Ela se vê de novo sob o portal, como se nada tivesse acontecido.  Fôra um sonho?  Como seus bolsos estavam cheios de areia de praia, concluiu que tudo realmente acontecera; o portal era mágico mesmo. 

Giulia na praia, soltando pipa


     Como sua casa era pequena e humilde, Giulia dividia o dormitório com seu irmãozinho, um menino bagunceiro e briguento. Então ela pensou, pensou e decidiu que queria um quarto só para ela, decorado nas cores lilás e rosa. Passou de novo sob o portal e correu de volta para casa.  Magicamente, lá estava o seu quarto próprio, decorado nas cores que pedira.

O novo quarto de Giulia


     -Legal!  E falta um pedido ainda...  -  pensou Giulia, exultante.
     Pensou, pensou, pensou, pensou...  Mas nenhuma idéia nova lhe vinha na mente. Ficou dando voltas pela casa, pensando o dia todo. 
     -Sou menina ainda e não tenho o sentido aguçado como mamãe...  Ela deve saber, adulta que é, de desejos femininos..  -  pensou.  -Já sei!  Vou pedir que o portal dê para mim aquilo que a mamãe mais deseja como mulher...  Hummm...  Acho que vou ganhar um cruzeiro marítimo pelas Ilhas Gregas...  Mamãe pensaria, também, tenho certeza, numa casa nova, com um quintal cheio de flores...  
     Passa, então, pela terceira e última vez, sob o portal e pede:
     "Quero ganhar para mim aquilo que a mamãe mais deseja"
     E... PLIM PLIM, Giulia se vê, incrédula, dentro de um par de sapatos brancos, de salto alto, tamanho 36, novinhos em folha!!!  Ao lado tinham mais cinco pares do mesmo tamanho, todos com salto de 10 cm, nas cores preta, vermelha, marron, beje e azul.
     -A mamãe me paga!!! - esbravejou Giulia.


Giulia dentro de um dos lindos sapatos que "pediu"





A cara de  satisfação de Giulia após
ser atendida em seu último desejo





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Este conto infantil é dedicado à escritora Márcia Kaline Paula de Azevedo, de Mossoró - RN, que, através de seus brilhantes textos infantis, contribui para a felicidade das crianças brasileiras; esperança de um Brasil melhor...






Nils Zen
Enviado por Nils Zen em 17/12/2009
Reeditado em 19/12/2009
Código do texto: T1983149
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