PEQUENO TEATRO INFANTIL - II

PEQUENO TEATRO INFANTIL

- NO FABULOSO REINO ANIMAL -

No palco, a imitação de uma pequena floresta; alguma vegetação com muitas flores.

APRESENTADOR OCULTO:

Nossa estória desenrola-se numa pequena clareira onde os animais procuram festejar a harmonia da floresta. Tudo isso sob a direção do papagaio.

PAPAGAIO (entrando muito sorridente):

Hoje é um dia de festa

no Reino da Bicharada.

Convidei toda a floresta,

a turma está animada.

Chamei amigos de perto,

de longe também chamei.

Será alegre, por certo,

a festa que planejei.

Meu reino não tem fronteira,

no reino não há rancor.

Se a vida é tão passageira,

por que não viver de amor?

Preste atenção, criançada,

não precisa timidez.

Pode entrar a bicharada,

cada um por sua vez.

Entram os animais por ordem alfabética cumprimentando o papagaio.

BOI:

O trabalho é minha mira,

será sempre e sempre foi.

Todo mundo se admira

da força que tem o Boi.

COBRA:

Estragaram toda a obra

com a falta de juízo,

depois disseram que a Cobra

desgraçou o Paraíso.

CORUJA:

Eu sou a dama da noite.

Não há quem de mim não fuja.

Meu grito é, na treva, açoite,

todos me chamam Coruja.

ELEFANTE:

Eu sou calmo e muito forte,

sou gordo, mas elegante.

Não há mata que suporte

minha pata de elefante.

GAZELA:

Tão pura, tão meiga e bela,

eu enfeito a pradaria.

Sou a charmosa Gazela,

imagem da poesia.

GIRAFA:

Sou esbelta, “gente fina”,

a Girafa. No momento

de comer, vejam que sina!

Eu com arte me alimento.

JACARÉ:

Falem da minha boquinha,

mas bonita eu sei que é.

Quem falar tem invejinha,

da boca do Jacaré.

LEÃO:

Da mata, dizem, sou rei,

porém coroa não tenho.

Em longes serras andei,

pra que medo, quando eu venho?

Sou manso, somente a fome

muda a minha opinião.

E o medo tudo consome,

assim que chega o Leão.

MACACO:

Sou feliz e minha vida

vou levando na risada.

Qualquer galho dá guarida

ao pulo da macacada.

TATU:

O meu casco é muito forte,

meu nariz, trabalhador.

Vou fuçando a minha sorte,

sou Tatu, perfurador.

URUBU:

Tudo é podre neste mundo,

até ouro no baú.

Mas por que chamam de imundo,

o bom prato do Urubu?

ZEBRA:

Deu azar? A culpa é minha,

disso tudo eu já sabia.

Sou a Zebra, coitadinha,

xingada na loteria.

PAPAGAIO (aparentemente impedindo a chegada de outros animais):

Atenção, a nossa festa

não pode continuar.

Chegou, quem tudo detesta,

para nos atrapalhar.

Procura afastar os convidados e esconde-se atrás de um vaso de plantas colocado estrategicamente num canto do palco.

HOMEM (entrando, fingindo-se admirado com o vazio da floresta. Na mão direita uma espingarda e no lado esquerdo, um facão pendurado na cintura):

O que foi que aconteceu?

O que houve por aqui?

Foi a mata que tremeu?

Confesso, não entendi!

Aqui há cheiro de festa,

há flores por todo o chão!

Mas, ao entrar na floresta,

só encontrei solidão.

Ouvi o canto das aves,

mas tudo está tão deserto...

Queria as notas suaves,

do meu ouvido, bem perto.

Sou homem, porém, eu penso

que sou amigo, afinal,

eu sei que também pertenço

a este Reino Animal.

(sai)

PAPAGAIO (ainda assustado):

Nunca vi um mentiroso

com tamanha perfeição!

Por que veio, o tal bondoso,

com um trabuco na mão?

(CAI O PANO)

Gilson Faustino Maia
Enviado por Gilson Faustino Maia em 17/03/2010
Reeditado em 18/03/2010
Código do texto: T2144365
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