E o vento, riu.

Da outra margem do rio

Uma borboleta fugiu

Das brincadeiras do vento

Foi quando o vento brejeiro

Assim como quem não quer nada

Sorriu

E entre o breve momento

Onde o silencio do vento

Invadiu a mata adentro

Foi que ouviu-se a gargalhada

Riso solto, sem fronteira.

Uma fada bem faceira

Explicava pro pardal

Que vento também sorria

Afinal

Não chorava, não gemia?

Escute o riso do vento

É como um sacramento

De pureza e alegria

Porque o vento é um menino

Que brinca na beira da praia

E dança na beira do rio

As vezes por graça do destino

Até canta em assobio.

Quem já ouviu vento chorar

Quem já ouviu vento gemer

Pode ouvir o vento sorrir

É só uma questão de crer

Que tudo pode acontecer.

A borboleta voltou

Da outra margem do rio

Veio mansa assim curiosa

Veio a pedido da rosa

Buscar o vento que ri

Pra ir brincar lá no jardim

Com o anjo querubim

E ao ouvir o recado

Sem se fazer de rogado

O vento ventou...e riu.