A teimosia do Galinho

A teimosia do Galinho

Marlene B. Cerviglieri

A briga tinha começado lá fora.

Em frente da casa os meninos se agrediam e falavam mal.

Uma coisa muito feia de se ver e ouvir.

Foi quando dona Filó resolveu interferir e chamá-los para dentro de sua casa.

Depois de aquietá-los em sua sala, trouxe limonada e bolo para todos.

-Bem agora me contem o porquê de tanta falação.

Todos começaram a falar junto.

-Novamente dona Filó ajeitou a situação.

-Meninos, um por vez para falar.

Assim foi e quem começou foi o Pedrinho.

Um menino gorduchinho de cabelo ruivo muito engraçado.

-Sabem eles queriam ir nadar lá atrás do Verdão.

-Meus pais sempre me dizem para não ir para aqueles lados.

-É perigoso, pois é só mato e pode ter bichos além de que a água não se sabe se é boa para nadar.

Levantando a mão outro menino pediu para falar.

-Ele é um medroso, tem mato sim, mas o riacho é limpinho.

Dona Filó percebeu que aquela conversa iria longe muito longe.

-Bem meus meninos, fiquem quietinhos que eu quero falar agora.

E assim a bondosa dona Filé começou;

-Primeiro quero dizer que o Pedrinho, esta certo em ouvir o que seus pais lhe disseram.

Sempre se obedece aos pais e mesmo pessoas mais velhas.

Elas têm mais idade já viram muita coisa e sabem o que estão falando.

Quando eu era menina de uns catorze anos mais ou menos, meus pais tinham no fundo do quintal um grande galinheiro.

Era de terra o chão e havia muitas aves que ali ficavam em segurança o dia e a noite toda.

Sempre havia comida e água para todos.

Um dia meu pai trouxe para casa um Galinho todo crespo muito engraçadinho.

Todos gostaram dele de imediato.

As aves do galinheiro não iam para o outro lado do galinheiro, que era um terreno vazio muito grande e com mato alto.

Tinham tudo que precisavam ali dentro não era preciso sair.

Porem o Galinho que se mostrava muito teimoso, tentou passar pela cerca que era de arame varias vezes.

Daí que um dia conseguiu.

Feliz que estava ciscava o chão e chamava as galinhas para vir comer o petisco que quase sempre era uma minhoca.

Meu pai consertava a cerca, porém o danadinho tentava e conseguia sair.

Até que um dia ouvimos o barulho das galinhas alvoroçadas lá no galinheiro.

Fomos todos e que surpresa!

Lá estava o Galinho do outro lado com uma minhoca enorme presa em seu bico!

Meu pai foi do outro lado e com muito cuidado tirou do bico dele a tal minhoca.

Coitadinho do Galinho, não era uma minhoca, mas sim um filhotinho de cobra, vermelha muito perigosa.

Imediatamente minha mãe colocou goela abaixo algum liquido que eu não sei dizer o que era.

O Galinho saiu andando tropeçando até que pum... Caiu no chão!

Meu pai nos disse depois que o veneno era muito forte,

Viram porque não quero que passem para o terreno?

Nunca se sabe onde esta o perigo disse meu pai.

Assim como foi o teimoso Galinho, poderia ter sido um de vocês!

Vou providenciar com o dono do terreno para que limpe corte o mato assim os ratos vão embora e não haverá mais cobrinhas.

-Quantas vezes eu me escondia lá no mato, nunca mais fui.

E vocês com tanta brincadeira para se fazer, porque procurar o perigo.

Ouçam seus amigos seus pais e pensem bem antes de fazer alguma coisa que sabem ser errada, mesmo que só um pouquinho trará conseqüências mais tarde.

Desobediência anda junto com maldade.

E agora vão todos brincar, já refrescou dá até para jogar uma pelada.

Saíram todos e agradeceram dona Filó.

E se lá no riacho tiver água contaminada com lixo, ou mesmo bichos pensavam baixinho.

Voltaram a brincar e aprenderam uma boa lição.

Quem desobedece muitas vezes adoece!

Um abraço meus amiguinhos.

Marlene Cerviglieri
Enviado por Marlene Cerviglieri em 29/08/2010
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