Na época dos velocípedes

Ana Luiza acordava cedo, espreguiçava, e levantava feliz! Com três aninhos apenas ainda poderia ficar até mais tarde na cama. Mas ela tinha lá seus motivos. Depois de tomar o café , já buscava o velocípede e somente anunciava:

— Mamãe, vou para a casa da Vivi.

A amiguinha Vivi morava ao lado. A casa tinha um grande quintal com uma pequena área plantada. O restante de chão estava à mercê das duas pequetitas que ali ficavam até à hora do almoço na maior felicidade.

Ana Luiza chegava suada em casa. Era a conta de tomar o banho, almoçar e ir para a escolinha.

A cena se repetia todos os dias.

Uma noite choveu muito. Poças d’água se formaram no quintal de Vivi.

Ana Luiza, como de costume, segue o mesmo ritual:

— Mamãe, vou para a casa da Vivi.

A mãe vê passar em átimos de segundo, como num filme, a cena da filha chegar toda suja de barro depois daquela noite tão chuvosa.

Olhando bem em seus olhos azuis, com o dedo em riste foi bem categórica com duas pequeninas palavras:

- NEM PENSAR!

A filhinha, fechando a cara, saiu da cozinha emburrada e com a resposta na ponta da língua:

— PENSAR EU PENSO!

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 17/11/2010
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