O LEÃO QUE DORMIA

Um leão dormia a sono solto sob uma frondosa árvore, quando apareceram um rato e um gato para consultar o rei dos animais. Os dois queriam saber se o leão teria uma solução para o grave problema de convivência que há entre gato e rato. O rato, falando baixinho, dizia:

- Eu é que não vou acordar o leão.

O gato ficou enfurecido.

- Rato covarde, você é um ser minúsculo, acha que um bicho enorme como este leão dará importância a você? Ele quer comer animais maiores. Vamos lá, seu covarde, acorde logo esse leão para resolver o nosso caso.

- Por que eu, gato? Você, que diz ser tão valente, podia dar um miado bem forte e alto e assim acordar o leão.

- Não seja bobo, rato! O inferior aqui é você.

E ficaram ali por muito tempo discutindo sobre quem é mais inteligente, mais corajoso, até que o rato, cansado de tanta conversa mole do gato resolveu agir.

- Tá bem! Eu acordo o leão...

O gato, ronronando baixinho, disse:

- Finalmente, seu covarde!

O rato, bem devagarzinho, subiu nas costa do leão e passeou para lá e para cá. Quando sentiu que o leão ia despertar ele saltou e correu para o mato. O gato arregalou os olhos assustado. O leão, erguendo-se e urrando de raiva, olhando para o gato, disse:

- Como ousas, gato insignificante, interromper o sono do rei da selva?

Apavorado o gato saiu em desabalada carreira, na direção oposta do rato, esquecendo a velha questão. Segundo dizem os outros bichos, ele está correndo até hoje.

11/12/10

(histórias que contava para o meu neto)

(Maria Hilda de J. Alão)