BACORÁ, TADINHA!

BACORÁ, TADINHA!

No começo eu me sentia a soberana, parecia à prima venenosa, a sacana.

Ambas temos em nos a cor branca, vermelha e preta e somos sessenta e uma espécies no planeta.

Minha prima à peçonhenta tem fama de ser muita violenta. Mentira do ser humano ela ataca apenas quando provocada pelo insano

Eu, minha prima e todas as serpentes, somos repteis, nos arrastamos e somos coerentes.

Somos ditas de vilães assassinas, mais somos criaturas divinas. Controlamos os pragas e camundongos, ia me esquecendo de insetos e pernilongos.

Matamos nosso alimento com veneno. Imagina desperdiçá-lo com um moreno? Apenas uma anaconda ou sucuri iria comer um homem ou um guri.

Nos bácoras somos santas, moramos junto às plantas. Não temos veneno. Gostamos do sereno. Temos a barriga branca. Temos medo até de criança.

Apesar de termos sangue frio, nosso coração não é vazio. Cuidamos de nosso ninho que fazemos fora do caminho.

O problema é que como toda lenda que é passada na fogueira e na merenda, criou fama de malfadas e muitos pensam que somos mal amadas. Existimos e temos nossa sina e isso é uma obra divina. Então no lugar de nos matar, que qual apenas nos respeitar? Se estivermos no seu ambiente não será por que o nosso você o deixou doente?

Salve as Bacorás!!!

André Zanarella 15-04-2011

Bacorá = Nome comum a duas espécies de falsa cobra-coral, muito freqüente em quase todo o território brasileiro.