O CASAMENTO DO PATO (cordel infantil)

Um pato, de andar engraçado,

Queria muito se casar

E para isso foi procurar,

Entre as aves do quintal,

Uma noivinha bem legal.

Chegou logo perguntando

Por onde andavam as patas

Mais novinhas do lugar.

Um galo muito esperto

Percebeu logo que o pato

Tinha miopia nos olhos,

Pois ali era território

De galos, galinhas e frangos.

E resolveu com o pobre pato

Aprontar uma brincadeira.

E contava o galo presepeiro,

Ao pato casamenteiro,

Que no fim do terreiro

Estava hospedada Sofia

Uma linda pata estrangeira.

Com esse argumento maroto

O galo levou o pato

Para conhecer de fato

A noiva tão sonhada.

Chegando ao local

O galo gritou chamando:

Senhora dona deste lugar

Eu quero lhe apresentar

O noivo que está à espera

Desde a passada primavera,

E o casamento realizar

Antes de o sol se esconder.

E as aves se reuniram

Em torno do casal de penas

Para ouvirem o alegre “sim”

Depois da pergunta do frango Serafim,

O padre da cerimônia.

Realizado foi o casamento.

E no apropriado momento,

Como é costume entre os patos,

O marido convidou a esposa

Para o primeiro mergulho juntos

Na lagoa, além do terreiro.

E a esposa abriu o berreiro

Gritando a pleno pulmão

“Como eu posso mergulhar

Se sou uma galinha?

Pensei que meu marido

Fosse o galo carijó

Do galinheiro da minha avó.”

E as outras aves, rindo, gritavam

Em forma de estribilho:

“Vai mergulhar galinha,

Não tira da festa o brilho.

Sofia vai mergulhar

O pato vai adorar.”

Por ter, como o pato, miopia

Não percebeu a galinha Sofia

O engodo em que caía

E que o galo rolava de tanto rir

Da peça que nos dois pregou.

04/06/11

(histórias que contava para o meu neto)