Minha última boneca

Uma boneca de pano que minha mãe tinha confeccionado em sua velha máquina de costuras, era a minha companheira inseparável, eu brincava com ela o dia inteiro e ainda dormia com ela em meus braços.

Na escuridão das minhas noites, era ela quem me dava coragem para dormir no meu próprio quarto, eu tinha muito medo.

Deus como eu amava aquela boneca, era como se fosse uma criança de verdade, eu me considerava mãe dela...

Eu fiquei mocinha aos treze anos e logo surgiu o meu primeiro namorado,

um menino de meu bairro, tinha apenas 17 anos, era o mais bonito da vizinhança, todas as minha as amigas sentiam ciúmes de mim.

Namoramos durante cinco anos e decidimos nos casar, eu com dezoito anos e ele com vinte e dois anos de idade, Duas crianças apaixonadas

e com pouca ou nenhuma visão da vida apenas o amor no coração.

Como se diz amor louco dura pouco, o nosso durou apenas dois meses,

logo que surgiram as primeiras dificuldades, cada um voltou para a casa dos pais de onde nunca deveriam terem saido, se tivessem escutado os conselhos de seus pais. Que remorso eu senti ao me reencontrar com minha boneca de pano que eu tinha largada num canto de meu velho guarda- roupas na casa de meus pais. Toda suja e coberta de mofo lá estava ela toda feliz pela minha volta. Depois de lhe dar um bom banho e remover o mofo que cobria suas roupas, me desculpei com ela por tê-la abandonado, e minha vida seguiu em frente até hoje ainda durmo ao lado da velha boneca de pano, na mesma cama de antes.

Aprendi que não se deve trocar o amor velho por outro novo!