Promeças

Quando adolescente eu escolhi ser um homem completo. Tendendo ao equilíbrio, me concertando, orquestrando, sendo mais feliz a cada dia. Apenas ganhando coisas, amigos, lembranças, acabando dia a dia com as dificuldades. E eu seria assim por conhecer o Mundo e saber que como ele é, domina-lo e vence-lo: sendo mais mal que ele nos momentos maus e sendo mais sublime nos momentos bons. Mas novamente o deus que há em mim se enganou, me traiu. A vida continuou tão inóspita quanto sempre e isso foi um check-mate. Perco noites de sono, tenho guerras terríveis e sofro incontáveis holocaustos. Envelheço em meio aos meus inimigos, sou um rei de Shakespeare, esperando a traição à sombra da foice da morte. Amigos, o tudo, perco a cada dia por tolices, por incapacidades. E não tenho mais a coragem para abraçar todas as minhas culpas.

Sou cada vez mais fraco, mais verme, mais mortal e por incrível que pareça a cada dia melhor. Irônico não?

Paxe
Enviado por Paxe em 25/09/2011
Reeditado em 26/09/2011
Código do texto: T3240523
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