** Zezé...pé de chulé! **



                 



Zezinho era um menino estudioso, gentil e educado que tratava a todos com respeito e carinho. Gostava de escutar os conselhos e as historinhas dos mais velhos e os seus deveres escolares estavam sempre em dia,nunca se atrasava nem deixava de fazê-los.

 

Apenas uma coisa o incomodava. 

 

As brincadeiras de mau gosto dos seus coleguinhas de colégio que o apelidavam de cabeção, magrelo, frangote e por último tinham inventado o mais novo apelido :-  Zezé...pé de chulé!

 

Chateado com as brincadeiras o menino pediu aos pais que o mudassem de escola mas estes não concordaram com a ideia e o seu pai lhe disse com a voz rouca e enraivada:

 

- Olha aqui, seu moleque, não me venha com esta história de mudar de escola pois eu criei um menino macho e não um frangotinho medroso. Quando os teus colegas te chamarem disto ou daquilo, dá um tapão no pé do ouvido deles que eles te deixam em paz.

 

A mãe de Zezinho não concordava com o pai e conversava com ele para ele não seguir, nunca, os  seus maus conselhos .

 

Zezinho atendia a mãe mas lá no fundo do coração ele sabia que os coleguinhas precisavam de uma lição para lhes deixarem em paz.

 

Uma tarde, quando saía da escola, ouvindo as piadinhas dos colegas, Zezinho correu para a sua casa, pegou uma mangueira imensa, do seu pai, ligou à torneira e esperou pela passagem dos colegas na sua porta.

 

Bem quietinho ele aguardou até que os molecotes foram se aproximando, e ele rapidamente abriu a torneira que mandou um jato grossão e forte, muito forte, de água fria, na gurizada, 

 

Eles balançaram, perderam o equilíbrio e caíram na calçada, uns por cima dos outros...

 

_ PLOFT !  PIMBA !

 

Zezinho aproveitou que eles estavam caídos e indefesos e...tome-lhes água...e mais água....e mais água...até que o mais valentão de todos,o Ricardinho, cambaleando se aproximou dele, pediu desculpas e para ele fechar a torneira.

 

Zezinho que estava vibrando de alegria com a lição que estava dando nos colegas, não atendeu  o colega e nem fechou a torneira, molhando-os por mais alguns minutos que pareceram séculos para os garotos peraltas.

 

Ah! que lição bem dada a que Zezinho bolou para os coleguinhas!

 

Quando não aguentava mais de tanto sorrir de ver os colegas iguais a pintos molhados esparramados pela calçada, e sabendo que estava quase na hora dos pais chegarem, ele fechou a torneira e gritou aos garotos:

 

- E aí?! Querem mais um pouquinho?! Se quiserem, o pé de chulé manda com todo prazer....hahahaha..._ caindo  na gargalhada_.

 

- Não Zezinho...não...pelo amor de Deus, _ falaram todos de uma só vez_  Nós prometemos e juramos que nunca mais maltratamos você com as nossas brincadeiras sem graça.

 

Zezinho guardou a mangueira e, bem feliz, foi assistir TV enquanto devorava um saco de pipocas.

 

Quando os pais chegaram e perguntaram porque a calçada estava tão molhada,ele, bem calminho, respondeu que foi o carro pipa que passou na rua para levar água para algumas casas e deixou vazar um pouco....

 

Os pais acreditaram no momento mas depois souberam pelos vizinhos o que realmente havia acontecido.

 

A sua mãe não gostou do que o filho fez com os coleguinhas; mas, e o seu pai?! 

 

Ah!!! este bateu palmas e disse:

 

- Muito bem moleque! Muito bem!!

 

Zezinho seguiu a sua vida sem mais ser incomodado pelas chatices dos seus colegas e nem mesmo  foi preciso dar o tapão que o pai havia sugerido.

 

Dei-lhes um susto! falava Zezinho, quando alguém lhe perguntava o que ele havia feito para que os garotos o deixassem em paz.


beijinhos de luz...

 


Sônia Maria Cidreira de Farias
Enviado por Sônia Maria Cidreira de Farias em 21/10/2011
Reeditado em 21/10/2011
Código do texto: T3290686
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