A CORUJA CORA E O GATO DONATO 



            (Esse poema é apenas um esboço. Inspirei-me quando vi nesses programas de domingo um vídeo mostrando uma amizade real enre um gato e uma coruja. Desde pequenos o gato e coruja já brincavam. Ela era uma coruja branca e ele um gato preto. Ele se esfregava nela; e ela o acompanhava quando o gato brincava pelo quintal. Não teve como não se inspirar. Aí resolvi acrescentar outros animais. Pretendo aumentá-lo. Comecei a escrevê-lo ontem à noite e fui até altas horas da madrugada - tendo que acordar cedo para ir trabalhar depois. Porém, quando a inspiração pede, devemos obedecê-la. Desculpem as rimas frouxas e os versos assimétricos).
I
Aconteceu de repente,
Quando Mimi deu a cria,
Um fofo gato nascia,
Apelidado Donato.
Muito danado – sapeca,
E conquistou todo mundo.
Logo a família o adotou
E ele, então, se criou,
Mimado e vagabundo...


Numa alta árvore além,
Eis que nascia também,
Uma coruja peluda,
Mamãe Minerva – olhuda,
Toda contente – embora,
Nem bem os olhos abria,
Um nome pra ela escolhia
E batizou-a de Cora.


Donato – todo peralta,
Corria pelo quintal,
Em passos fenomenal,
Tomou um susto no baque,
Armou-se para um ataque,
E admirou-se então:
De olhos arregalados,
A pobre Cora caíra
Estatelada no chão...


Ele chegou bem mais perto,
Desconfiado – incerto,
E foi cheirar a avezinha,
Um “ai” ouviu e correu,
“Que susto você me deu!”
Ele falou para ela,
Apresentou-se “Donato”
“Sou Cora.” E assim foi – de fato –,
Que se tornaram amigos...

 
 

 
 
II




Assim cresceram brincando,
E muitos se admirando,
Dessa estranha amizade,
Ela no alto, ele ao chão,
Era uma gran diversão,
Pulos e vôos rasantes,
E quando tempo passava,
O laço se estreitava,
Mas mudou tudo em instantes...


Mas regredindo um momento,
Teve um acontecimento,
Que transformou esses dois,
Chegaram dois companheiros,
A raposinha Vulpina,
E o patinho Quá-quá.
Formou-se então essa liga,
Sem desavença, sem briga,
De amigos itinerantes...


Enquanto caçavam ratos,
A Cora coruja e Donato,
Se depararam com Ruge –,
Uma raposa ranzinza –,
Que ovos roubava e comia,
De todas aves que achava,
E assim salvaram Quá-quá,
E a Vulpinas interpôs-se
Entre a mãe e os estranhos...


O último dos integrantes,
Foi Hauer – rato selvagem –,
Filósofo por natureza,
Pois todos logo a pensar:
Apesar das diferenças,
Se cada um respeitar-se,
Em harmonia se vive,
E começou a aventura...

 

III




Primeiro o pato Quá-quá,
Aquele pato pateta –
Que quase foi pra panela,
Não fosse o Hauer – o rato...
Um grito aqui e acolá,
Que confusão – bafafá,
Mas libertou-se Quá-quá,
Não se tornou o almoço,
Deixaram-no quieto – e solto...


A turma estranha brincava,
Quando uma rede envolveu,
Cora-coruja e Vulpina,
E festejaram os homens,
Pelo dinheiro que vinha...
Porém foi Hauer que veio,
Quá-quá tentou distraí-los,
Para o amigo roer
Aquele rede infame...


E completaram seu plano,
Libertos fugiram logo.
E uma vez foi Donato,
Quando uns moleques queriam,
Matá-lo com estilingues,
Cora-coruja atacou-os,
Terrivelmente assustados,
Correram em disparada,
Não mais maldades fizeram...


Esses animais amigos,
Cresceram se respeitando,
Depois cada um se foi
Viveram a vida então.
Aos filhos contavam sempre,
A importância da vida,
Têm-se respeito e harmonia,
Agora o quintal vazio,
Saudade traz – solidão...

 


12 de março de 2012, 01:44:16
Gonçalves Reis
Enviado por Gonçalves Reis em 12/03/2012
Reeditado em 19/03/2012
Código do texto: T3550802
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