UM DIA DAS MÃES ESPECIAL

Faltavam alguns dias para o Dia das Mães quando Deus chamou Jesus e lhe disse:

- Filho, eu quero que chames tua mãe, preciso falar com ela.

- Pai, será que poderias adiantar o teor da conversa?

- É sobre o Dia das Mães.

E Jesus cumpriu a ordem do Pai. Nossa Senhora chegou e foi levada a presença de Deus pelo anjo Gabriel.

- Sente-se, Senhora. – pediu Deus.

- Bem, logo será comemorado, no planeta Terra, o dia das mães e a minha intenção é saber como se comportam as criaturas que eu destinei para proteger e amar a cria. Não importa se é animal ou humano. – esclareceu Deus.

- E como farei isso, Senhor? Perguntou a mãe de Jesus.

- Desceremos, eu, você e Jesus. Observaremos as atitudes da minha criação em relação aos filhotes. Ao final, a Senhora escolherá a melhor mãe da minha obra.

Foi em um raio de luz que os três desceram numa floresta e, logo de cara, viram uma mamãe urso tentando desesperadamente tirar seu filhote do alto de uma imensa árvore. A mamãe urso, falando a língua dos ursos, dizia para o filhote levado da breca:

- Desce daí, meu filho.

- Não posso, mamãe, tenho medo de cair. Choramingava o ursinho

- Tá vendo no que resultou a sua desobediência? Eu avisei que é perigoso subir em árvores muito altas, mas você não obedece.

Nossa Senhora estava comovida e, ao mesmo tempo, preocupada com a segurança do filhotinho. De repente a mamãe urso começou a balançar a árvore com o intuito de derrubar o ursinho. Maria disse ao filho:

- O pobrezinho vai se machucar tanto...

E Deus, interrompendo, disse:

- Não menospreze a minha obra.

E para o espanto de Maria, no momento da queda do filhote, a mamãe urso abriu os braços e o filhotinho caiu bem no meio deles. Ela pôs o bichinho no chão e se embrenharam na floresta. Maria, suspirando aliviada, tirou um caderninho do bolso de seu manto e fez umas anotações.

E a jornada do Pai, da Mãe e do Filho continuou levando os três para as margens de um rio onde um bando de elefantes bebia tranquilamente. No meio desse bando havia muitos filhotes indefesos.

Depois de um tempo observando os elefantes, Jesus disse preocupado:

- Vejam o bando de leões famintos.

- Leão não caça elefante adulto, meu filho!

- Eu sei, mãe! Os filhotes são o alvo.

- Não se esqueça, filho, que eles têm mãe. – disse Maria.

E não deu outra. Os leões atacaram, os elefantes dispersaram-se, mas as mamães elefante, falando no idioma dos elefantes, diziam:

- Vamos lá, pessoal, todo mundo correndo. Façam uma fila à direita e outra à esquerda para colocarmos os filhotes entre as duas. Assim nenhum leão, por mais valente que seja, ousará atravessar essa muralha de poderosas patas que Deus nos deu.

E assim, mais uma vez, mães salvaram seus filhos do perigo. E Nossa Senhora tornou a fazer anotações no seu caderninho. A jornada continuou com visita aos demais animais avaliando o desempenho de suas mamães.

Finalmente chegaram a um lugar onde havia uma grande praça e nela muita gente reunida. Aquela gente parecia esperar a realização de um evento muito importante.

Maria, conversando com uma mulher muito bem informada sobre tudo que acontecia ali, perguntou-lhe qual o motivo daquela agitação toda.

- Hoje o nosso rei julgará duas mulheres que se dizem mãe da mesma criança.

- E como começou esta história? – quis saber a Santa.

- Bem. Duas mulheres procuraram o rei e lhe disseram.

“Ah, senhor meu rei, eu tive um filho quando morava com esta mulher naquela casa. E sucedeu que, ao terceiro dia depois de meu parto, também esta mulher teve um filho. Estávamos juntas; estranho nenhum estava conosco na casa. E de noite morreu o filho dela, pois ela se deitara sobre ele. Ela levantou-se à meia-noite. Tirou meu filho do meu lado, enquanto eu dormia, e colocou seu filho morto ao meu lado. Levantando-me pela manhã, para dar de mamar a meu filho, eis que estava morto; mas atentando para ele, vi que não era o filho que eu havia tido”.

Então disse a outra mulher:

“Não, o vivo é meu filho, o dela é o morto.”

- Assim elas expuseram o caso perante o rei. Hoje é o dia da decisão, dia em que o rei dará a sentença final.

- Veja, senhora, lá vem a comitiva do rei.

Nossa Senhora e a mulher se posicionaram no melhor lugar para assistir ao julgamento. Deus e Jesus, do alto de uma colina, esperavam.

Incapaz de chegar a um acordo, o rei dita a sentença: A criança deve ser dividida em duas partes. Uma das mulheres admite que assim seja, pelo menos a outra não ficará com a criança. A outra prefere abdicar da disputa, dessa forma a criança não morreria.

O rei não tem dúvidas e entrega o bebê a esta última, pois foi ela que colocou em primeiro lugar o bem-estar do seu filho. O rei foi imensamente aplaudido pela sua sabedoria e Nossa Senhora, mais uma vez, fez anotações no seu caderninho.

E chegou o Dia das Mães. Então Deus perguntou a Maria.

- Qual é a melhor mãe da minha criação, Senhora?

- Mãe, depois de tantas anotações, já deve ter uma favorita. – disse Jesus.

- Sabem, se fosse um concurso eu diria que a mãe humana é a melhor por preferir perder o filho a vê-lo morto, mas tratando-se de amor, todas as mães são especiais. Não vejo diferença entre animal e humano. Por isso, peço que lhes dê todas as bênçãos do céu, Senhor.

Enquanto a mãe falava com Deus, Jesus pegou o caderninho de anotações e começou a ler. “amor de mãe”; “amor de mãe”; “amor de mãe”. Nossa Senhora chegou de mansinho e retirando as anotações das mãos do filho, disse sorrindo:

- É isso, meu filho. É e sempre será o amor de mãe.

É por isso que o Dia das Mães é o dia mais especial do mundo.

06/05/12

(histórias que contava para o meu neto)