Minha casa, minha canção...
Da janela de meu quarto vigio uma singela casa que fica na “rua de baixo”, paralela à minha, chamada Rua Rio Grande do Sul. É a única que resta de todas as que já morei, quando criança ( dos dois aos quatro anos). Ela me passa bons momentos, quando eu vivia só a brincar. Todas as tardes, naquela época sem violência, podíamos ficar na rua, na porta da casa, brincando com outras crianças vizinhas. E a primeira canção que aprendi ainda me alenta o coração:
SE ESTA RUA FOSSE MINHA
Se esta rua, se esta rua fosse minha,
Eu mandava, eu mandava ladrilhar
Com pedrinhas, com pedrinhas de brilhante
Para o meu, para o meu amor passar.
Nesta rua, nesta rua, tem um bosque
Que se chama, que se chama Solidão.
Dentro dele, dentro dele mora um anjo
Que roubou, que roubou meu coração.
Se eu roubei, se eu roubei seu coração
É porque tu roubaste o meu também.
Se eu roubei, se eu roubei teu coração
É porque, é porque te quero bem.