RÉU CONFESSO

RÉU CONFESSO

Sou o causador

Do meu próprio dissabor

Desse meu mal desamor

Dessa minha opressão

Da depressão

E da deseducação

Ao jogar lixo no chão

Como se fosse normal e certo

Sou tão deserto

Antes ainda lembro que um lindo rio passava por aqui

E hoje o seu curso perdeu o rumo

Como eu também perdi

Perdi muitos amigos e parentes que eu amava

E demorei tanto tempo para descobrir

E quando vejo a chuva a desabar

As mãos levanto ao Deus dará

Ele há de entender e perdoar

Pois sou um réu a confessar

A minha culpa

Diante de tudo que eu mesmo ajudei a destruir

E quando vejo aquela cena de cinema

Eu fico apavorado em dilema

O mesmo filme já passou e eu já vi

Mas parece que a lição eu não aprendi

São casas, camas, barcos e antenas

Pijamas, carros, geladeiras, gente e tevês

Bailando ao vai e vem das águas turvas

E eu clamo que o sol nos ilumine

Nos traga luz

Nos eduque outra vez

Poesia feita em 4 de janeiro de 2013, após ver a cara de espanto do cantor e compositor Zeca pagodinho diante das cenas de destruição que a chuva causou em caxias, xerem e angra dos reis.

Carlinhos Real
Enviado por Carlinhos Real em 04/01/2013
Reeditado em 09/01/2013
Código do texto: T4066851
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.