Por que a crítica ao resultado dos ENEMs?: uma panorâmica crítica em prol da qualidade de educação

Os resultados em Educação “depende de dinheiro e recursos,

pessoas que sabem trabalhar em grupos, com parcerias e colaboradores.

É um processo gradual, que pode ser frustrante, mas há um momento em que você olha para trás e vê como as coisas melhoraram.

A educação, a Ciência e a Indústria têm de avançar juntas.”

(Brian Shmidt, astrônomo, premiado em 2011)

Entrevista concedida por Brian Schimdt, astrônomo australiano, vencedor de Premio Nobel de Física de 2011, em O Estado de São Paulo, página A12, Domingo, 10 de fevereiro de 2013, com o titulo Ganhar o Nobel é um esforço coletivo. Ele afirma “... a conquista de um prêmio de ciência (...) reflete a capacidade do país de organizar com eficiência todo o seu sistema de educação, pesquisa e inovação, desde a escola primária até a indústria.(...) A educação, a Ciência e a indústria têm de avançar juntas.”

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“Do que depende afinal a compreensão de um texto?” Segundo a professora Magali do N. de Paula - maganpaula@uol.com.br - mestre em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela PUC-SP e autora de livros da série Nós da Educação: a visão de mundo depende: “Conhecimento de mundo; Conhecimento específico; Conhecimento do gênero do discurso ou tipo de texto em questão e Conhecimento linguístico. O educando para dar sentido à sua aprendizagem precisa de: criação de hipóteses, deduções, construção conjunta/coletiva, inferência, predição e comparação.” (cf. palestra ministrada em Águas de São Pedro, em 09/02/2013, às 18 h.). http://br.linkedin.com/pub/magali-do-nascimento-de-paula/21/248/46a. acesso em 09/02/13, às 12:10.

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. “O Brasil deve aprimorar a gestão da educação, melhorar a administração escolar, evitar interferências políticas e qualificar a distribuição de recursos e pessoal para aumentar a eficiência das redes de ensino.” http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/precisamosderespostas/19,1430,3869663,Por-que-o-Brasil-esta-no-88-lugar-no-ranking-mundial-da-educacao.html, Acesso em 12/02/13, às 00:02.

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“Não há substituto para bons professores”, diz o estudo. “Os países com melhores desempenhos atraem os maiores talentos”. Para especialistas que fizeram parte da análise, mais importante que dinheiro, é o nível de apoio para a educação dentro de uma sociedade. "Enquanto não há dúvida de que o dinheiro investido em educação colhe recompensas, mudanças culturais em torno da educação e introdução da ambição é igualmente, se não mais, importante que a renda para promover melhores resultados educacionais". http://www.infomoney.com.br/carreira/educacao/noticia/2621588/brasil-penultimo-ranking-mundial-educacao. Acesso em 09/02/13, às 12:02.

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Nesse sentido, independente de que governo está atuando: sempre haverá exceções de pessoas e grupos que conseguem uma educação de qualidade.

Sabe-se que a educação formal apresenta uma defasagem de quase 5 anos de conteúdo e informações em cada série da geração atual.

Contudo, se não dá para ser professor à moda antiga e focar apenas em conteúdos, há de se procurar pelo educador que equilibre o conhecimento dosado com as condições sociais de modo de proceder e ser eticamente saudável.

O professor contemporâneo é um herói, trabalha muito, não tem valor e nem ganha um salário digno. Ele trabalha em três turnos para sobreviver. Nesse sentido, a tensão de dar conta das aulas em quantidade redunda por perder em qualidade.

Cabe aos educadores identificarem as temáticas que cativem os alunos. A orientação e resolução de dificuldades dos alunos e das alunas da escola são tematizados em HTPC e reuniões de professores de Língua portuguesa. Melhor se houver participação ativa da comunidade e das famílias.

Veja o que se pode trabalhar em Língua portuguesa:

A) Valorizar a fala e a experiência do aluno de tal modo que se possa articular saberes e a vida dos educandos, elevando sua autoestima e as experiências de sucesso em cada encontro ou aula de reforço.

B) Identificar, despertar, consolidar e promover os valores humanos como compromisso, comprometimento, família, responsabilidade, respeito (ética), credibilidade, eficiência e eficácia em cada aula de reforço.

C) Articular e motivar os alunos dentro das expectativas de sua visão de mundo o valor de si mesmo como autoestima para acessar os conhecimentos e superar suas dificuldades concretas.

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As crianças estão chegando à escola sem a presença efetiva dos pais, as crises e separações dos pais é mais notória que há dez anos, as crianças vivem em apartamentos, veem pouco os pais, muitas delas são criadas e educadas por avós e outras pessoas como tios, tias, vizinhos, creches, empregadas, enquanto os pais se distanciam ou trabalham fora...

Não há mais os grandes quintais para brincar, a rua é perigosa...

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É muito recente a educação para todos no Brasil e seus frutos ainda são tímidos, porém se deve conjecturar e contextualizar sua dimensão de alcance democrático. O acesso à educação popular - que ainda busca qualidade e infraestrutura tem um novo episódio de iniciativas que não se pode ocultar. Os livros do MEC, novas bibliotecas ambulantes, a educação indigna e de quilombolas, merenda cada vez mais regionalizada e eficiente, acesso ao PROUNI, ENEM, etc. Existe um jogo político de tentativas de desmoralizar politicamente essas iniciativas históricas.

Sempre ouvi como professor de língua portuguesa, de Cursinhos preparatórios, de professor de faculdade, agora como mestre as dificuldades concretas de alfabetização e letramento de nossos alunos de todos os níveis de escolaridade Inclusive, a universidade já enfrenta as questões sérias de produção de texto, leitura e interpretação de diferentes textos...

Hoje temos a geração da imagem e da conexão internet, leem virtualmente de tudo e as referências podem confundi-los. Também nossa geração foi muito criticada, muitos acreditavam que não daríamos conta do mundo. Agora somos nós a ter um olhar paradoxal sobre as outras gerações.

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Hoje qualquer partido que estivesse no poder teria esse desafio em resultados em educação nacional e sua dificuldade de melhorar a participação do Brasil no ranking internacional.

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A língua é uma instituição culturalmente construída e revela a condição e o perfil dos seus falantes. Dominar os diferentes usos de leitura e escrita é condição de cidadania e acesso às demandas por uma qualidade melhor de vida, educação e cultura. O leitor ativo e o cidadão proativo são conquistas de anos em cada cultura.

O Chile, a Coreia e a China tiveram investimentos relevantes em Educação no final do século XX devido à consciência de articular projeto da nação e reservas político-econômicas.

O Brasil ainda tem que investir mais na educação, em livros, em tecnologias e políticas de educação e valorização e formação de seus recursos humanos. Um país vale pela condição de existência de seu povo e aprimoramento cultural . A cada ano, 85% de nossas reservas e patentes migram para a Suíça, Canadá, Estados Unidos e Europa. Por quê? O mercado e as instituições de nosso Brasil estão desatentas quanto aos pesquisadores e inventores. Ou seja, perdemos nossas melhores mentes ou cabeças para outros centros de ensino que pagam mais e melhor. O pré-sal é o momento de despertar de tecnologias novas para o mercado. Estamos carentes de vários profissionais nesse setor.

Melhorar a qualidade de educação e buscar educação de qualidade implica valorizar os profissionais e investimentos por décadas como tem feito Austrália, China, Japão, Coreia, etc. O Brasil, embora seja a 6ª economia, ainda patina em lugar longínquo no podium da educação.

Podemos reverter isso com investimentos, valorização dos educadores, infraestrutura e logística - precisamos começar agora e logo veremos os bons resultados.

Infelizmente, ainda as inteligências e patentes são ignoradas. A escola trata os alunos como únicos e padrão de conhecimento. As inteligências são diferentes como apropriação de saberes e visão de mundo e de cultura. Somos emocional e mentalmente diferentes. Há uma discriminação de diferentes modos de atuar no mundo. Há uma idolatria da industria do futebol, da beleza de mercado, da sociedade do consumo e do espetáculo, que ignoram outras formas de inteligibilidade de mundo.

Com a educação de inclusão, há necessidade de mais especialistas que entendam os mecanismos de exclusão social e histórica. Sem eles, a educação regular não se torna eficiente e democrática.

Sem novas inclusões, não há democracia.

A cultura é um espaço complexo de demandas e riscos. Exige-se uma nova compreensão da língua como espaço de (re)construção para que os alunos e professores (re)elaborarem suas dificuldades concretas e vislumbrem uma oportunização de verificação pessoal de seus mecanismos de acerto e erro. O público-alvo é dominado pela oralidade, pelas suas marcas de discurso e da imagem da cultura popular e regional como primeira forma de construção do conhecimento e de visão de mundo e de linguagem. Há essas perspectivas a serem consideradas:

1. Leitura de textos e imagem como processo de compreensão leitora em seus atributos e aspectos de performance: entonação (ritmo conforme a proposta do texto), fluência (velocidade conforme o contexto), identificação de tipos e gêneros de texto (bilhete, conto, crônica, e-mail, comunicado, declaração, receita, diário...)

2. Transpor a oralidade para o nível de escrita ou reescrita de frases e textos.

3. Escrita de textos como processo de compreensão oral e escrita à luz da sistemática linguística e gramatical da língua portuguesa. Identificar o erro construtivo e a repetição de erros por outros motivos do aluno. Elaborar exercícios de correção e estruturação da frase e do texto como espaço de diferentes argumentos ou orações (coerência e coesão). A língua é discursiva.

4. Identificação de imagem pela formulação de legendas como linguagem verbal e não verbal. Cada texto tem seu contexto. Nesse sentido, os tipos de texto acima podem ser vistos na sistemática da língua como construção social. A percepção do texto padrão em suas variações culta, científica, literária (parábola, fábula, conto, e, publicitária (folhetos, anúncios), jornalística (notícia, artigos, carta ao leitor), etc.).

5. Atividades pedagógicas específicas: Recortes de revista e jornal especificando a relação enunciado-conteúdo, a articulação de imagem à sua legenda (porque diferentes legendas têm diferentes interpretações das imagens).

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Os erros de vocabulário como se vê abaixo:

ENEM - EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO http://www.perolasdoenem.com.br/

'O sero mano tem uma missão....'*

O Euninho já provocou secas e enchentes calamitosas..'*

(Levei uns minutos para identificar o El Niño...)

*'O problema ainda é maior se tratando da camada Diozanio!'*

(Eu não sabia que a camada tinha esse nome bonito)

*'Enquanto isso os Zoutros... tudo baixo nive...' (Seja sempre você mesmo!!)

'A situação tende a piorar: o madereiros da Amazônia destroem a Mata Atlântica da região.'

*'O que é de interesse coletivo de todos nem sempre interessa a ninguém individualmente.'

*'Não preserve apenas o meio ambiente e sim todo ele.'*

'O grande problema do Rio Amazonas é a pesca dos peixes'*

'É um problema de muita gravidez.' (Com certeza...se seu pai usasse camisinha, não leríamos isso!)

'A AIDS é transmitida pelo mosquito AIDES EGIPSIO.'

'Já está muito de difíciu de achar os pandas na Amazônia'

'A natureza brasileira tem 500 anos e já esta quase se acabando'

(Foi trazida nas caravelas, certo?)

'O cerumano no mesmo tempo que constrói, também destroi, pois nos temos que nos unir para realizarmos parcerias juntos.'

'Na verdade, nem todo desmatamento é tão ruim. Por exemplo, o do Aeds Egipte seria um bom beneficácio para o Brasil'

'Vamos mostrar que somos semelhantemente iguais uns aos outros'

(Com algumas diferenças básicas!!)

'... menos desmatamentos, mais florestas arborizadas.' (repetição ou redundãncia: De florestas não arborizadas, basta o Saara!)

'... provocando assim a desolamento de grandes expecies raras.'

(Vocês não sabiam que os animais têm depressão?)

'Nesta terra ensi plantando tudo dá.' (Isto deve ser o português arcaico que Caminha escrevia....)

'Isso tudo é devido ao raios ultra-violentos que recebemos todo dia.'

'Tudo isso colaborou com a estinção do micro-leão dourado.'

'Imaginem a bandeira do Brasil. O azul representa o céu , o verde representa as matas, e o amarelo o ouro. O ouro já foi roubado e as

matas estão quase se indo. No dia em que roubarem nosso céu, ficaremos sem bandeira..'

'Ultimamente não se fala em outro assunto anonser sobre os araras

azuls que ficam sob voando as matas.'

'... são formados pelas bacias esferográficas.'

'Eu concordo em gênero e número igual.'

'Precisa-se começar uma reciclagem mental dos humanos, fazer uma

verdadeira.

...lavagem celebral em relação ao desmatamento, poluição e depredação de si próprio.'

'O serigueiro tira borracha das árvores, mas não nunca derrubam as

seringas.'

'A concentização é um fato esperansoso para todo território mundial..'

'Vamos deixar de sermos egoistas e pensarmos um pouco mais em nos mesmos.'

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Aumentar o número de patentes é desafio para a indústria brasileira. Dos quase 20 mil pedidos de patentes encaminhados ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) entre 2007 e 2010, o setor têxtil fez cerca de dois mil solicitações. Sergio Barcelos Theotonio (...) destacou que o número de patentes registradas em escritórios pelo mundo é um dos indicadores principais que revelam a taxa de desenvolvimento e inovação de um País. De acordo com um relatório do World Intellectual Property Indicators, de 2009, das 6,3 milhões de patentes concedidas no mundo, nos últimos 20 anos, 47% pertenciam aos Estados Unidos e ao Japão. No ranking geral, o país emergente melhor colocado é a Coréia do Sul, em quarto lugar com oito mil patentes em 2009. O Brasil, segundo o próprio INPI, registra menos patentes do que algumas empresas multinacionais como IBM, Microsoft e Toyota. (...) Todavia, nossa posição no ranking cresceu entre 2005 e 2009, passando da 27º para 24º posição, à frente, por exemplo, da África do Sul e da Nova Zelândia. http://www.textilia.net/materias/ler/textil/negocios/aumentar_o_numero_de_patentes_e_desafio_para_a_industria_brasileira. Acesso em 09/02/2013, às 11:40.

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