AS DUAS BRUXAS

Era uma vez uma bruxa daquelas bem feias. Seu nome era Horrorosa. Só vivia com uma vassoura pra ficar montada nela e sair voando a procurar onde fazer qualquer maldade. Tinha um caldeirão bem grande pra fazer as misturas que atrapalhassem a vida das pessoas. Era um ser cheio de ruindade. Vivia com inveja da beleza e da bondade de uma outra bruxinha que era muito diferente dela. Era uma bruxinha bonitinha, boazinha, carinhosa e só gostava de fazer o bem. Pra dizer a verdade, essa bruxinha era como uma fadinha. Nem sei como foi que ela nasceu bruxinha. Acho que foi porque quando ela nasceu, alguma coisa saiu errada na família dela e , por engano, pensavam que tinha nascido uma bruxa, mas na verdade, tinha nascido uma linda fadinha que se chamava Luminosa.

Quando ela foi crescendo, deram-lhe logo uma vassourinha. Mas, aconteceu uma coisa engraçada. Ela não conseguia voar como as outras bruxas. E um dia , quando ela olhou, a sua vassourinha tinha se transformado em uma varinha diferente. Ela pegou aquela varinha e foi brincar. Encontrou uma raposinha perseguindo uma galinha. Ela ficou com tanta pena da bichinha e sacudiu sem querer, a varinha e disse: “_ Que pena da galinha! Não quero que a raposa pegue a pobrezinha!_ Na mesma hora, a raposa esbarrou num espinheiro e embora lá se foi. A Bruxinha do Bem, isto é, a Luminosa, não disse nada a ninguém. E assim, muitas vezes, ia acontecendo. Toda vez que ela via alguma coisa errada, sacudia a varinha e dizia um desejo bom. E o que ela queria , se realizava.

Enquanto isso, a bruxa malvada, a Horrorosa, ia só espalhando sofrimento no meio dos bosques.

Até que um dia, a medonha bruxa reparou que a outra bruxinha não era feia e não gostava de prejudicar ninguém. E pior que isso, parecia que todos gostavam daquela bruxinha linda, delicada e bondosa... Ah! Aquilo não poderia ficar assim não. Ia tomar uma providência! Resolveu que faria uma beberagem e daria um jeito de fazer Luminosa beber, para que ficasse bem feia, tal qual uma verdadeira bruxa.

Procurou perninhas de morcego, ervas daninhas, unhas de macacos selvagens e mais uma porção de troços estranhos.

Quando a Bruxinha do Bem fosse ver, já teria bebido e se transformado numa horrenda figura para assustar as crianças.

Ela só não contava ( porque não sabia ) com os poderes de Luminosa, que de bruxa não tinha nada . Ela era mesmo, uma fadinha com poderes maiores que os da Horrorosa.

Quando esta, vinha com a vasilha cheia daquela nociva bebida, a Bruxinha do Bem levantou sua varinha mágica e disse:

_ Pare aí, Horrorosa! E que seus pés não saiam mais desse pedaço de chão. Daqui pra frente suas mãos não poderão fazer mal a mais ninguém. Você perdeu sua força. E assim foi.

Depois disso, a Bruxinha do Bem passeava todos os dias pelos bosques para ver se algum animal ou alguma criança estaria precisando dela. E assim, a Felicidade passeava também junto com ela.

E nunca mais Horrorosa voltou a ser bruxa. Luminosa ficou sendo a rainha dos bosques.

Esta historinha é em homenagem à minha querida amiga poetisa maiúscula em talento, sabedoria, ternura, bondade, encanto e tudo mais que de bom exista no mundo. MARINEZ VIDAL, A NOSSA BRUXINHA DO BEM. Com todo o meu apreço e toda a minha amizade.

Esther Lessa
Enviado por Esther Lessa em 31/08/2013
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