Ratinho Curiosinho

Era uma vez um mouse numa sala perto de um computador e descansava perto de um teclado todo grande. Um certo dia um ratinho de verdade ( cuim, cuim, cuim disseram pra mim que era assim... ) de côr branquinha e dedos rosados, xeretando em cima da mesa, cheirando tudo de olhos cansados. Foi chegando, chegando, pá de lá, pá de cá e notou um objeto muito parecido ou aparentado com ele. Ficou desconfiado na beira da mesinha e pata a pata aproximou-se daquilo.

Seus olhinhos se aguçaram ( hummmmm... ) e seu nariz se balançou loucamente. Olhou, olhou, olhou pros lados e decidiu se achegar perto daquela coisa de rabo tão comprido - e sem nariz! E não tinha orelhas e nem se mexia! O ratinho perebeu que não havia ratoeiras por perto, apenas um copo com lápis e canetas coloridas, coisas que não machucavam roedores. Pensou que tava tudo LIMPO e a barra não era pesada, pois tinha medo de ratoeiras desconhecidas ou troços parecidos. E deu um passinho atrás do outro, cautelosamente claro...

O nosso amiguinho sendo esperto andava tão devagar que teve tempo de cheirar o ar para sentir se algum humano safadinho estivesse aprontando uma arapuca - coisa típica de humanos bem ou mal humorados, sabe-se lá! Após dois minutos de cheira daqui, bigodes ali, olhinhos temerosos acolá, percebeu não haver perigo algum diante dele e em volta daquela surpresa-descoberta.

Primeiro suas patinhas da frente tiveram que ficar no ar para ter certeza que do alto veria ou não armadilhas. Depois cheirou aquele objeto extravagante ( uau, sem cheiro! E é duro ao roçar com os dedos! ) e tocou com a patinha esquerda naquela peça muito doida. Olhou atrás daquilo e percebeu um rabo enorme que se esticava até uma caixa preta, grande e inútil - pelo menos para ele nada significasse -e não parecia ser um rabo não...será espaguete espetado na bunda?

Após incertezas invadirem sua mente, o ratinho andou em volta daquela coisa sem vida e tentou empurrá-lo para dar sinal de vida ou que se mexesse e tivesse vida. As orelhas do treco estavam embutidas e o incansável ratinho ( bonitinho ele, não é? ) foi olhar até onde ia o rabinho daquele amiguinho tão mudo e caladinho. "Uai!" disse o ratinho "o rabo está preso na caixa, atrás! Coitadim!" e sua fala se deu em guinchos que pareciam risos. Este nosso amiguinho era curioso demais, não acham? Pois é...o rabo não era espaguete...

O ratinho retornou até o "bichano imóvel" e o fez ficaar de cabeça para baixo. Viu rodinhas e não quatro patinhas oficiais! Suas dúvidas o deixou tonto, mas a curiosidade o deixava doido. Revirou aquele troço e percebeu afinal que estivsse morto ou foi empalhado em plástico...muito estranho.

Após sentir outro cheiro, talvez de mão humana, percebeu também que aquilo era obra de humanos engraçadinhos que adoram roedores e talvez fosse simpáticos a eles. Aquilo também parecia antigo até mesmo para humanos mais jovens e dcidiu brincar com o objeto de

tão estranha forma. Entretanto se enganou diante de uma verdade extra-roedora e impossível de identificar. E ficou com medo de pegarem ele e fazerem a maldade de transformá-lo naquela coisa feia...

Mas, brincou com aquilo, empurrou, jogou pra lá e prá cá, e no fim se cansou desse camarada tão duro e quase múmia. Neste mundo todo em que o nosso raainho perambulou, ele nunca vira algo tão esquisito e difícil de entender. Aquele vidro ali do lado sabia como se chamava ( e já era conhecido pelo ratinho ) e parecia que tinha um nome: monitor e nada mais. Em tudo neste mundo conhecia pelo nome que os humanos lhes davam. Já comeu fios, pedras moles, comida velha e outra carnes velhas, mas no mundo em que vivia jamais viu um mouse ( esse era o nome daquilo ) e de nada sabia para que serviria. Os humano tinham mania de inventar coisas saborosas e fáceis de destruir, porém imaginou que um dia poderia se transformar naquela estranha

ratazana de plástico. Pelo menos sabia muito bem o que era plástico! Nenhum gato malvado se interessaria naquele objeto muito doido!

Ao menos era bonitinho aquela ratazana endurecida...

Bem, o ratinho suspirou após minutos em brincar com aquele co-irmão esquisito, e ficou cansado da curiosidade. Será que aquele rabo tão comprido ( "eita, coisa feia" ) era o segredo da prisão desse camarada com rodinhas? Melhos não mexer naquela caixa pretona e ameaçadora, pensou melhor o ratinho divertido. Ele riu guinchando e começou a pensar em ir embora dali, já que nada podia fazer pelo maltratado pobre roedor plastificado. Mas roeu o rabo do mouse e ficou alegre ao perceber que aquele ato libertaria o sofrido ratão. E se mandou rapidinho dali com medo dos homens maus com seus venenos perigosos. Era melhor ter sebo nas canelas e dar o fora dali. E ficou com pena de ter acontecido algo de ruim com o outro amigo sem patinhas...

Jurubiara Zeloso Amado
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 09/01/2014
Código do texto: T4642717
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