A CONTADORA DE HISTÓRIAS
Dona Dalva, faxineira da escola.
Sempre contava história.
Suas histórias eram antigas e
Ela sabia de cor.
Falava de príncipes, princesas,
Dragões, bruxas e gigantes ameaçadores.
Outras vezes inventava...
A gente viajava nas aventuras.
E o recreio era uma delicia!
Mas, um dia uma tristeza aconteceu,
Dona Dalva doente ficou.
Que pena!
Sem história não podemos ficar.
Dona Dalva não podia mais trabalhar
Uma revolta aconteceu,
Todo mundo reclamava
Dona Dalva aposentada!
Quem vai contar história pra nós?
Outra pessoa, logo será contratada para faxinar!
Não queremos outra pessoa. – Queremos Dona Dalva!
Dinheiro para contratar outra pessoa e manter dona Dalva não há,
Esta é uma escola pública.
Podemos ficar sem, faxineira, mas não sem contadora de histórias.
Pátio fica uma sujeira, quando termina o recreio.
A gente faz a faxina!
A faxina é feita durante as aulas!
Mas ninguém precisa limpar, se a gente não sujar.
A escola é igual a nossa casa.
Lá a gente não joga lixo no chão.
Aqui, se ninguém jogar papel de bala, de sorvete, ou de salgadinho no pátio,
A escola não precisa de faxineira.
A gente vai dar um jeito nesse problema!
A idéia foi posta em prática por todas as crianças.
Não foi preciso contratar outra faxineira.
As crianças resolveram à questão.
Elas se envolveram no problema, mas descobriram muitos outros.
Escola sem verba, problema o ano inteiro.
Festas e quermesse nos fins de semana, arrecadando um bom dinheiro para a escola.
O entusiasmo tomou conta das crianças.
Com o recolhimento de jornais velhos e garrafas, com a venda, era mais dinheiro que entrava.
Aqui é nossa casa!
Se o governo não passa dinheiro, para cuidar da nossa escola, cuidamos nós.
A solução está em nossas mãos.
Novos tempos... Nova escola
Não precisamos de nova faxineira. A escola anda limpa, tão bonita e tão aparelhada.
Dona Dalva melhorou!
Voltou à escola como “contadora oficial de história”, a única função que faltava à escola e que dinheiro conseguido pelas crianças não podia comprar...