Emília em deu a louca nos contos de fadas

(Escrito para apresentação em hospital- ala infantil

Projeto: Contadores de Histórias 2012)

(Emília entra com um livro na mão)

EMÍLIA: hoje decidi fazer uma viagem diferente, vou para um reino muito distante, para dar uma bronca nessas princesas. Com meu pozinho mágico chego lá num piscar de olhos.

(Emília joga o seu pozinho mágico e chega na floresta, e encontra com chapeuzinho vermelho).

CHAPEUZINHO VERMELHO: Quem é você?

EMÍLIA: Está perdida, né, chapeuzinho vermelho? Desobedeceu a sua mãe. Por isso não está encontrando o caminho de casa, ou melhor, está deixando o lobo mau comer a sua vovozinha.

CHAPEUZINHO VERMELHO: Mas de onde você veio? Como sabe de tudo isso? Sua bonequinha de pano.

EMÍLIA: Olha aqui menininha, é muito feio desobedecer a mamãe, o papai, as pessoas mais velhas. Elas são mais experientes que nós, sabem o que é ruim e o que é bom pra nós.

CHAPEUZINHO VERMELHO: Mas o seu lobo, me disse que por esse caminho é mais perto da casa da vovó, chegarei mais rápido.

EMÍLIA: Só esqueceu que é o lobo mau. Ele é mau, entendeu?

CHAPEUZINHO VERMELHO: Bem que eu “tô” achando demorado esse caminho.

EMÍLIA: Então corre pois o lobo pode esta devorando a sua vovó. E me dê aqui esta cesta de docinhos, comer doces estraga os dentes. Me dá aqui, vou levar de lembrança pro pançudo do Rabicó.

CHAPEUZINHO VERMELHO: Quem é Rabicó?

EMÍLIA: Venho de longe, do sitio do pica-pau amarelo, mas ande criança, senão será tarde. Corre, vá..

CHAPEUZINHO VERMELHO: Tchau, bonequinha de pano, e muito obrigada.

EMÍLIA: Não há de que.

(Chapeuzinho vermelho sai de cena, e, entra a branca de neve)

EMÍLIA: Lá vem outra teimosa.

BRANCA DE NEVE: Sete anãozinhos e uma bonequinha de pano, essa floresta está mesmo, muito encantada. Qual o seu nome bonequinha?

(enquanto a Branca de Neve estava falando, Emília está pensando, com a mão no queixo, na pose de pensamento).

EMÍLIA: Pensando melhor e juntando meu botões, você foi muito parecida com a chapeuzinho vermelho. Foi enganada pela bruxa.

BRANCA DE NEVE: De quem falas bonequinha invocada?

EMÍLIA: Mas não posso interferir, senão, não irá ter príncipe. Pagaria ver outro final, se te convencesse de não comer aquela maça, mas a narizinho me matava.

BRANCA DE NEVE: Não estou entendendo o que quer, quem são essas pessoas?

EMÍLIA: Acho melhor voltar para a casinha dos anões, pois terás visitas. Mas lembre-se: as aparências enganam, nem todos são como pensamos que é.

BRANCA DE NEVE: Mas é muito invocadinha mesmo. Tchau bonequinha de pano.

EMÍLIA: Tchau, e não precisa caprichar no tamanho do pedaço, estará toda envenenada mesmo, mas quem sabe, o efeito pode ser menos, pela quantidade. Preciso perguntar ao Visconde sobre essa teoria.

(enquanto se despede da Branca de Neve, a Bela Adormecida, entra em cena bochechando )

BELA ADORMECIDA: Quem é você? Meu Deus uma boneca falando sozinha. Realmente, muito tempo se passou. Perdi muita coisa.

EMÍLIA: Que perdeu o que? Cada coisa tem o seu tempo. Seja qual for, a hora chegará. Se você entrou na escola e não gostou, um dia você estará saindo dela e sentirá muita falta dela. O tempo passou, mas por entre ele, coisas acontece. Se você está doente o tempo virá para curar.

BELA ADORMECIDA: Pensando bem! Quando acordei, um belo príncipe me acordou e fomos felizes para sempre.

EMÍLIA: Tá, tá, tá... Todo mundo já sabe. Então vai ser feliz, aproveitar o tempo. Agradecer por tudo e a quem esteve do seu lado durante todo esse tempo, pra ver sua vitória.

BELA ADORMECIDA: Tchau, bonequinha falante, muito obrigada pela conselho.

EMÍLIA: Conselho que nada, você que passou isso para todos.

(Bela Adormecida sai de cena e Emília caminha um pouco por entre a floresta e vê a Cinderela chorando, Cinderela se assusta com a

presença de Emília)

EMILIA: Calma, não sou a fada madrinha, mas ela está pra chegar.

CINDERELA: Quem é você?

EMILIA: De onde veio, conheço alguém que é como você. Que limpa, passa, cozinha. Mas, aposto que comida como as da Nastácia não tem igual.

CINDERELA: Além de falar, você também come?

EMILIA: Não, eu não como. Mas, pensando aqui com meus botões. Você é simples, humilde, ajuda a sua madrasta, passando um pouco do limite, mas tudo bem, e ainda por cima irá obedecer a sua fada madrinha...

CINDERELA: Por que falas assim?

EMILIA: Bem, tenho que ir, pois posso atrapalhar seu final feliz. Mas gosto de você, por sonhar e saber da hora de acordar e viver na realidade, para ser final feliz, tem que ser no nosso mundo.

CINDERELA: Aonde vai? Não te entendi.

EMILIA: Preciso ir, pois tem mais duas a encontrar, e essas é como você. Tem enredo bom.

CINDERELA: Tchau... Então!

(Emília encontra com a Bela)

EMILIA: Que bom te ver!

BELA: Oi! Obrigada, mas estou com pressa.

EMILIA: Situe-me na história, por favor!

BELA: História? Como assim?

EMILIA: Onde estas indo?

BELA: ah! A fera está doente, fui visitar meu pai, mas a fera piorou, precisa de mim.

EMILIA: Então vá, não quero estragar seu final feliz. Tchau Bela.

BELA: Tchau, bonequinha.

EMILIA: Essa é boa. Cuida do seu pai, não se importou de ficar com a fera, por seu pai, sabem por que? Porque ela vê a beleza interior. A beleza do ser humano não está no corpo, no cabelo, nas roupas, mas sim no que ela tem a oferecer, como a humildade, o caráter, se é amiga. A amizade e o amor é a maior beleza de um ser humano.

(depois de falar, a pequena sereia entra em cena)

EMILIA: Ariel, não podes falar? Sei bem, mas que bom que te encontrei antes de voltar ao sitio. Não poderia vim aqui sem registrar o seu conto de fada. Você, que lutou por seu sonho, por seu amor é um exemplo. (Ariel faz sinal de que não podes falar)

EMILIA: Tudo bem. Pra realizarmos sonhos temos que pagar um preço, tudo terá dificuldade, mas o mais importante é seguir em frente, lutar, ter esperança que um dia tudo acontecerá como sempre sonhamos. Preciso ir agora, sua linda voz voltará, e com ela aquilo que desejou, pois lutou muito por isso.

(Emília se levanta e fala)

EMILIA: Já está na hora, o que eu vim fazer, já está feito, só espero que todos agora ao lerem suas historias tirem dela todas as minhas teorias, ops, ou melhor, o que os contos de fadas tem a passar de mensagem.

Tchau...

(Pode-se fazer diálogos com as crianças para saber avaliar o que aprenderam com o texto)

Borboleta ao vento e Lariane Carvalho
Enviado por Borboleta ao vento em 20/03/2016
Reeditado em 20/03/2016
Código do texto: T5579700
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