(13/40) Tudo pela arte
O carro foi entrando pela fazenda e Alice pergunta a Lolla:
-Onde estão os amores-perfeitos que você falou, não estou vendo nada?
-São essas touceiras que margeiam a entrada, elas estão sem flores porque não é época das floradas. - responde Lolla.
-Que horror! Foi a resposta mais rebuscada que já ouvi.
-Ora Alice eu tenho a impressão que você me queria simplória, só que não sou.
-Chega desse papo. Por um acaso você anda lendo?
-Também. Ouço as histórias do livro que o Jocilei está sempre contando pra mim, ele tem uma linguagem que eu adoro...
-Lolla me ajude a carregar o pufe pra dentro de casa.
-Está maluca, como poderia fazer isso, sou uma ovelha!
Passados alguns dias, Lolla observa Alice só deitada na rede.
-Que se passa com você, hein? Que tédio é esse, não era a vida que queria?
-Eu não tenho nada para fazer, está tudo no lugar. Com certeza a Sueli fez tudo tão direito que fico sem jeito de modificar.
-Humanos são tão esquisitos! Vai mudar os móveis de lugar, faça artesanato, quebre uma parede, sei lá, mexa-se mulher!
-Mas eu não sei fazer nada.
-Ora, aprenda! Contrate professores para lhe ensinar coisas, dinheiro não é problema. Imagine quantos gostariam de fazer cursos, mas não têm como pagar, e você aí reclamando da vida? Vamos, sai dessa rede e agite.
Pensativa Alice fica a imaginar o que gostaria de fazer.
-Já sei! Poderíamos montar uma escola de arte aqui em casa. Se existe gente sem poder pagar curso, professores querendo ensinar suas artes e nós temos o dinheiro, por que não juntar o útil ao agradável? Ao mesmo tempo conheceríamos pessoas, ajudaríamos outras e nos ocuparíamos.
-Viu, já começou a pensar. - constata Lolla.
No mesmo dia Alice chama um pedreiro para quebrar uma parede entre duas salas onde seria o atelier.
Lolla e Alice ficam supervisionando o andamento das obras. Já está tudo quase pronto. Falta o nome. As duas começam a debater sobre o nome que vão dar.
-Que tal MATUTATUR?
-Que horror! Parece agencia de turismo de matuto. - responde Lolla.
-É realmente foi horrível. Então CREPÚSCULO.
-Piorou.
-Como, crepúsculo é o sol se pondo...
-Por isso mesmo. Luz acabando... Ficando escuro, eu acho muito triste, invente algo mais alegre, afinal isto é um atelier, é arte.
-ALLEGRARTE. ALLEGRARTTE.
-Taí, a-do-rei! - exclama Lolla.
Convite vai, convite vem, chega o dia da inauguração. Não economizaram esforços para promoverem a Allegrartte.
Um gostoso bufê. Gente simples, gente importante e a mídia presente, óbvio. Afinal, mais uma da Lolla!
Lolla adentra a sala e catuca Alice.
-Sabe quem esta estacionando o carro lá fora? O Dr. Nogueira.
O coração de Alice dispara.
-É, hoje é o dia da sua inspeção. - fala Alice tentando disfarçar.
Dr. Nogueira entra trazendo no braço um grande buquê de flores.
Dirige-se à Alice e a beija no rosto entregando-lhe as flores, ignorando por completo a presença de Lolla. Indignada Lolla catuca Dr. Nogueira.
-Oi Lolla, você está aí!?
-Huumm! Inspeção hein? Tudo pela arte!
Continua amanhã...
O carro foi entrando pela fazenda e Alice pergunta a Lolla:
-Onde estão os amores-perfeitos que você falou, não estou vendo nada?
-São essas touceiras que margeiam a entrada, elas estão sem flores porque não é época das floradas. - responde Lolla.
-Que horror! Foi a resposta mais rebuscada que já ouvi.
-Ora Alice eu tenho a impressão que você me queria simplória, só que não sou.
-Chega desse papo. Por um acaso você anda lendo?
-Também. Ouço as histórias do livro que o Jocilei está sempre contando pra mim, ele tem uma linguagem que eu adoro...
-Lolla me ajude a carregar o pufe pra dentro de casa.
-Está maluca, como poderia fazer isso, sou uma ovelha!
Passados alguns dias, Lolla observa Alice só deitada na rede.
-Que se passa com você, hein? Que tédio é esse, não era a vida que queria?
-Eu não tenho nada para fazer, está tudo no lugar. Com certeza a Sueli fez tudo tão direito que fico sem jeito de modificar.
-Humanos são tão esquisitos! Vai mudar os móveis de lugar, faça artesanato, quebre uma parede, sei lá, mexa-se mulher!
-Mas eu não sei fazer nada.
-Ora, aprenda! Contrate professores para lhe ensinar coisas, dinheiro não é problema. Imagine quantos gostariam de fazer cursos, mas não têm como pagar, e você aí reclamando da vida? Vamos, sai dessa rede e agite.
Pensativa Alice fica a imaginar o que gostaria de fazer.
-Já sei! Poderíamos montar uma escola de arte aqui em casa. Se existe gente sem poder pagar curso, professores querendo ensinar suas artes e nós temos o dinheiro, por que não juntar o útil ao agradável? Ao mesmo tempo conheceríamos pessoas, ajudaríamos outras e nos ocuparíamos.
-Viu, já começou a pensar. - constata Lolla.
No mesmo dia Alice chama um pedreiro para quebrar uma parede entre duas salas onde seria o atelier.
Lolla e Alice ficam supervisionando o andamento das obras. Já está tudo quase pronto. Falta o nome. As duas começam a debater sobre o nome que vão dar.
-Que tal MATUTATUR?
-Que horror! Parece agencia de turismo de matuto. - responde Lolla.
-É realmente foi horrível. Então CREPÚSCULO.
-Piorou.
-Como, crepúsculo é o sol se pondo...
-Por isso mesmo. Luz acabando... Ficando escuro, eu acho muito triste, invente algo mais alegre, afinal isto é um atelier, é arte.
-ALLEGRARTE. ALLEGRARTTE.
-Taí, a-do-rei! - exclama Lolla.
Convite vai, convite vem, chega o dia da inauguração. Não economizaram esforços para promoverem a Allegrartte.
Um gostoso bufê. Gente simples, gente importante e a mídia presente, óbvio. Afinal, mais uma da Lolla!
Lolla adentra a sala e catuca Alice.
-Sabe quem esta estacionando o carro lá fora? O Dr. Nogueira.
O coração de Alice dispara.
-É, hoje é o dia da sua inspeção. - fala Alice tentando disfarçar.
Dr. Nogueira entra trazendo no braço um grande buquê de flores.
Dirige-se à Alice e a beija no rosto entregando-lhe as flores, ignorando por completo a presença de Lolla. Indignada Lolla catuca Dr. Nogueira.
-Oi Lolla, você está aí!?
-Huumm! Inspeção hein? Tudo pela arte!
Continua amanhã...