(27/40) Onde está o casaco da Lolla?

Passado o tempo super ocupado com o nascimento de suas crias Rodolfo e Jully e o casamento de Alice, Lolla empenha-se na procura de seu casaco de pele de raposa que sumiu. No início, ela achava que Rod o havia guardado para facilitar a amamentação dos filhotes, afinal, ele poderia ser danificado nesse deita e levanta para dar de mamar.
Nada. Ninguém sabia de nada, nem tinham visto nada.
        - Rod, eu preciso do meu casaco. Temos de achá-lo. - diz Lolla aflita.
        - Já perguntei às ovelhas, e nenhuma delas viu nada.
        - Como é possível tantas ovelhas, se todas estão de olhos fechados ou tão distraídas para não ver nada?
        - Vou fazer uma reunião para procurarmos seu casaco. Se não achá-lo compraremos outro.
        - Não me interessa outro! Tem de ser aquele! - grita Lolla quase histérica.
        - Qual a razão desse apego? Tem hora que estranho seu comportamento em relação a este casaco...
        - Ele é meu, eu gosto dele e pronto!
Rod gosta muito de Lolla, mas tem hora que ele acha que ela gosta mais do casaco do que dele. “Bobagem, - pensa - é capricho dela, só isso”.
Para tentar resolver esse mistério o mais rápido possível, Rod Mel procura Beto, o carneiro para com ele elaborar uma investigação. Estão conversando quando vêem Seu José se dirigindo para a fazenda das pereiras.
Seu José foi fazer uma inspeção, pois uma equipe da empresa de engenharia que construiria o “SPA” chegaria logo e ele queria estar familiarizado com tudo da fazenda. Ao ver uma grande tampa de madeira foi tirá-la para ver do que se tratava. Era um poço. Sem ter borda para segurar, com o esforço feito para arrastar a tampa, uma parte da terra cede e Seu José cai dentro do poço.
       -SOCORRO! - grita desesperado.
No pasto, não muito longe dali, Beto e Rod ouvem os gritos de Seu José e correm para ver o que aconteceu.
       - Meeé! Estamos aqui. - falam os dois ao mesmo tempo.
       - Vão buscar ajuda, acho que quebrei a perna. - grita o homem de dentro do poço.
Virando-se para Beto, Rod o manda para a fazenda chamar Jocilei e Mose. Ele ficaria para dar assistência ao seu dono. Num momento desse ele não poderia ficar só. Beto fez conforme o combinado. Os homens vieram, mas não conseguiram içá-lo, seria necessário o Corpo de Bombeiros. O poço afunilava-se, com isso a perna de Seu José ao ficar presa, se quebrou.
Rod e Beto ficam como guardiões perto do poço, queriam presenciar o salvamento. Com os bombeiros vem também um jornalista fotógrafo que estava no quartel de plantão. Ao saber com quem era o problema, o homem viu sua chance de uma grande matéria. “Dono da ovelha Lolla cai em poço e é salvo por iniciativa de Rod Mel e Beto, carneiros da fazenda”.
O resgate de Seu José movimentou toda a cidade. Como a posição dele dentro do poço era difícil, foi necessário cavar do lado para resgatá-lo, só assim não provocaria maiores danos. Até a televisão esteve presente. Foram mostrados os heróis para todos os telespectadores.
Mais uma vez, os moradores da fazenda viraram notícias.
Seu José vai para o hospital. Graças a Deus não foi necessária uma intervenção cirúrgica. Depois do período de observação ele vai para casa levado por Lúcia, sua esposa, Ari e Alice.
É ele realmente era um homem de sorte, amava e era amado por muitos!
Lolla estava orgulhosa de seu companheiro. Agora ele ostentava uma medalha de honra ao mérito no pescoço, dado pelo prefeito da cidade. O Beto também recebeu uma para alegria da Lolô.
Passada a euforia do acontecimento, Lolla pede que continuem investigando sobre o paradeiro de seu casaco de pele de raposa.
Vô Tonho conversa com Rubenita.
       - Rube será que você poderia dar um jeito da Zica falar comigo? Nós somos velhos, não quero morrer sem fazer as pazes com ela.
       - Acho que ela não tem problema com você não, o problema dela é na cabeça e é com todo mundo.
       - Diz que eu vou lá amanhã de tarde.
Quando Rubenita chega perto de vó Zica, vem ela com...
       - Cê veio me vê?!
       - Vó Zica, vô Tonho quer conversar.
Olhando para os dois, ela pára de ficar balançando como sentada numa cadeira invisível e pergunta:
        - Cê veio me vê?
        - Zica, minha velha, quero fazer as pazes com você, sai dai e vamos ficar juntos de novo. Vamos terminar os nossos dias um pertinho do outro. Olha os dentes que Dr. Ribaleuza fez pra mim, agora posso rir e você não vai achar feio.
        - Cê veio me vê!
Rubenita vai embora, aquele assunto só os dois poderiam resolver. Precisava continuar procurando o casaco de Lolla.


Continua amanhã...