As viagens do peixinho azul

Um jovem peixinho azul queria conhecer mais do mundo porque achava que existia muito mais do que ele via todos os dias.

Então, disse à mãe que iria partir numa jornada para descobrir o que havia no mundo. A mãe disse que ele tomasse cuidado.

"Vá conhecer o mundo, meu filho, mas lembre que há muitos perigos. Você deve prestar muita atenção para saber o que é bom ou não."

"Sim, mãe."

E os dois se despediram.

O peixinho partiu e logo viu que o mundo era mesmo enorme. Viu outros peixes que até então nunca tinha visto, alguns feios e outros muito bonitos.

Mas também aprendeu que a mãe tivera razão em alertá-lo. Várias vezes, precisou usar de esperteza para escapar de outros animais marinhos que tentaram comê-lo.

Havia dias em que tinha saudades de sua mãe e se perguntava como ela estaria.

Nas suas viagens, conversou com outros peixes que lhe falaram sobre coisas que ele nunca imaginara existir.

Aprendeu sobre tubarões brancos, baleias imensas e lulas gigantes.

"Você já viu uma baleia?" perguntou-lhe um peixe.

"Nunca", respondeu o peixinho azul.

"Eu vi uma jubarte, foi o maior animal que já vi."

Um dia, o peixinho viu de longe um grande tubarão. Foi o dia em que sentiu mais medo. Mas se maravilhou ao ver uma baleia pela primeira vez. Era imensa, magnífica.

E quanto mais viajava, mais via do mundo e percebia o quanto o mundo era grande, cheio de coisas fantásticas.

Só que viajar não era fácil. Ele precisava prestar atenção, aprender o que podia ser perigoso e como se defender.

Em um certo momento, ele se deparou com animais estranhos que nadavam no mar. Um deles se aproximou, observando-o. Outro, pegou algo que produziu uma luz forte sobre o peixinho, assustando-o.

Depois, eles se afastaram.

"Que animais marinhos mais estranhos. Por que ficaram olhando tanto para mim? Nunca viram um peixe azul?"

O peixinho passou a pensar no quanto o mundo era grande.

"Acho que posso viajar a vida toda, mas nunca vou ver tudo."

E sempre havia coisas novas para saber sobre o mundo do oceano.

"Puxa, quanto mais descubro, mais há para descobrir? Será que o mundo não tem fim?"

Com saudades de sua mãe, decidiu que voltaria para junto dela.

"Vou voltar e contar a ela o que aprendi."

O caminho era longo e fazia um bom tempo que ele partira, mas lembrava bem de como voltar. E quando voltou, sua mãe o recebeu com muita alegria.

"Que bom vê-lo de volta, meu filho."

O peixinho contou tudo que vira à a sua mãe.

"Nossa, o mundo é imenso, meu filho."

"É mesmo, mãe. E sabe o que aprendi?"

"O quê?"

"Que, por mais que eu viaje, nunca conhecerei todo o mundo."