O sabiá fofoqueiro

Naquela tarde de sol, o sabiá chegou no alto do pequizeiro e iniciou a cantarolar animado. Outro sabiá, um tanto já idoso, que descansava em cima de um pequi, irritou-se com tão alta cantoria que resmungou:

— Ó, amigo! Será que você podia cantar um pouco mais baixo? Ou tem algum motivo especial para este som tão alto?

O sabiá que gostava mesmo era de sair fazendo fofocas disse:

— Ah, desculpe-me! É que me enganei de algo que me contaram!...

Curioso e até meio zangado o outro questionou:

— O que andaram a lhe contar?

— Ora, é que lá naquela faveira, perto da estrada, um pássaro me contou que você tinha verdadeira predileção por aves que cantavam alto... Já que você tinha perdido sua voz ainda na mocidade...

O animal nem teve tempo de terminar a história que o velho sabiá já havia alçado voo em direção da faveira...

— Meu Deus! Tanta zanga e eu nem contei que disseram que ele era o sabiá mais ranzinza das redondezas... Ainda bem que não falei...

E ficou por ali... Assuntando a vida de quem passava.

Teresa Cristina flordecaju
Enviado por Teresa Cristina flordecaju em 27/02/2018
Reeditado em 14/03/2018
Código do texto: T6265856
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