A LENDA SUMIU!

por: Henrique Sanchez

Olá, eu sou o Wallace Borges, o seu contador de histórias. Vamos brincar de imaginar? A história de hoje é inspirada em um espetáculo de teatro e tem o nome de: “A Lenda Sumiu!”. Vamos lá?

Era uma vez... hmmm, não, não é assim que se conta essa história. Há muito tempo, uma criança ganhou uma boneca, uma boneca de pano, e deu o nome a ela de Lili, seu maior sonho era o de dar vida a sua boneca. Qualquer semelhança não é mera coincidência. E foi assim, como num passe de mágicas que a boneca ganhou vida; esperta, muito tagarela e extremamente brincalhona. Vivia caminhando pela FLORESTA, caminhando, fazendo amizade com os animais, admirando as flores e comendo muitos frutos, mas sempre muito atenta, pois nessas florestas existiam muitas lendas e seu maior medo era dar de cara com a Cuca, uma lenda que sempre quis sequestrá-la popr conta da sua inteligência.

Certo dia, passeando ela escuta uma voz vinda de longe, eram grandes gargalhadas, assustada, ela corre para se esconder atrás de uma ÁRVORE. A voz foi se aproximando cada vez mais...

“Pela estrada a fora, eu vou bem sozinha, levar todas essas lendas para a Cucazinha...”

Quando a Lili percebeu, era uma BRUXA, carregando em suas mãos um cesto.

“Eu venci, eu venci, agora a Cuca vai ficar muito feliz” – gritava a bruxa por todos os lados. Lili logo percebeu que se tratava de Malvadócia, a bruxa mais malvada e doce de toda floresta. Ela carregava em seu cesto três lendas que havia transformado em miniatura, o LOBISOMEM, o CURUPIRA e o BOTO-COR-DE-ROSA. Neste momento a bruxa fez surgir um BAÚ no meio floresta.

“Era uma vez, um lobisomem. Era uma vez um Curupira. Era uma vez um boto-cor-de-rosa”. – E trancou todas as lendas no baú.

“Bafo de dragão, unha de lagartixa, casca de tatu, tranque essas lendas dentro do baú”

Deixando a boneca desesperada, pois além de ver as lendas sendo trancadas no baú, ela descobriu que a bruxa Malvadócia estava indo atrás dela a pedido da Cuca.

Lili tentou de todas as formas abrir o baú, mas não conseguiu, pois o baú estava enfeitiçado. A boneca Lili, pensou, pensou e pensou. Foi aí que ela se lembrou que quando ganhou vida, ganhou também alguns (mistério) poderes mágicos. Poderes que só poderiam ser utilizados em caso de extrema urgência. Esse era o caso. Olhou para o baú, emanando boas energias e jogou toda sua energia para que ele fosse aberto. Tchef. E esperou. Esperou. E nada.

Até que ela foi surpreendida com um barulho que vinha de dentro do baú. A tampa se abriu e um uivo tomou conta da floresta. Era o Lobisomem. Completamente perdido e desnorteado. Lili explicou tudo o que havia acontecido para ele, e então pediu sua ajuda para tentar parar a bruxa, que além de querer sequestrá-la, provavelmente iria atrás de outras lendas. Lili pensou rápido em um plano, pediu para o Lobisomem fazer a bruxa de jantar. O Lobisomem indignado olhou pra ela, olhou para sua barriga e disse, que não faria isso pois ele é um lobo VE-GE-TA-RI-Ã-NO, que é adepto as frutas e vegetais. Lili riu muito desacreditada e pediu que ele ajudasse de outra forma. Mas o lobo depois de tudo que passou só queria voltar a descansar e dormir. Despediu-se da Lili e foi embora.

Lili ficou chateada, mas ainda assim entendeu. De repente, um novo barulho começa a vir do baú. Era o guardião das florestas e dos animais. Curupira, também saiu sem entender o que havia acontecido e mais uma vez Lili tornou a contar toda história. Curupira, como um bom protetor logo atendeu o pedido da boneca. Saíram os dois à procura da bruxa pela floresta, procuraram, procuraram, e nada de encontrar. De repente o Curupira escuta uns sons de pássaros, como assovios que vinham do lado norte. Sem pensar duas vezes, o grande guardião diz que recebeu um chamado da natureza. “Estão acabando com a Mata Atlântica, eu preciso ir, se souber de algum caso de perigo pelos lados de cá, não hesite em me chamar, é só assoviar”. Despediu-se da Lili e foi embora.

Lili o viu partir e lembrou que não sabia assoviar.

Quando deu por si, ouviu uma voz vinda em sua direção. “Lili. Lilizinha, onde está você? Lili não pensou duas vezes, encontrou uma grande árvore e se escondeu. Ficou ali, parada, com muito medo. “E se a bruxa me encontrar? Já sei! - Exclamou a boneca. É um caso de extrema urgência.” Tchef. Criou uma capa de invisibilidade e ficou por ali, paradinha. A voz da bruxa começou a se aproximar, as duas ficaram a poucos metros de distância.

“Cadê você sua bonequinha chata, quer dizer, cadê você sua bonequinha linda. Vem aqui. Vamos brincar de pega-pega, esconde-esconde, duro ou mole”. A boneca logo percebeu que a bruxa não queria brincar, e sim capturá-la, então ficou bem quietinha no seu canto. Até que levou um susto quando Malvadócia disse que a encontrou. Mas na verdade a bruxa se referia a um tufinho de enchimento que caiu da boneca pela floresta.

“Agora eu encontrei você. Achou que me enganaria se transformando em enchimento. Agora também vou te prender no meu baú” – disse a bruxa. Abriu o baú e jogou o enchimento para dentro, e saiu toda contente para avisar sua amiga Cuca.

A boneca disparou a rir, percebendo que a bruxa tropeçou no próprio engano. Olhou a sua volta e ouviu novamente um barulho saindo do baú. Era um rapaz, vestindo branco e chapéu panamá. Era o boto-cor-de-rosa. Com medo, colocou a mão nos olhos para se proteger dos encantos do boto, que prometeu não enfeitiçá-la após ouvir toda história e decidir ajudar a Lili com o plano de parar a bruxa Malvadócia. Bolaram um plano e não demorou muito para a bruxa voltar para buscar as lendas que estavam no baú. O que ela não esperava era ser surpreendida com o boto e a Lili acompanhados pelo Boi-Tatá, uma cobra com olhos vermelhos cor de fogo. A cobra se envolveu na bruxa deixando ela imóvel, sem se mexer. O boto aproveitou esse momento e olhou diretamente nos olhos dela, fazendo com que ela ficasse totalmente encantada por ele e sem ação. Neste momento, o boi tatá, percebe que já fez sua parte e sai, dependendo com o dever cumprido. A boneca percebe aí uma oportunidade, usa os seus poderes mágicos para transformar a bruxa em miniatura o colocá-la dentro do baú para que ela não capturar mais nenhuma lenda e preservar a memória do nosso folclore. E ela o fez. Tchef.

A boneca Lili ficou muito feliz. Abraçou seu novo amigo Boto-Cor-de-Rosa e agradeceu. O dia já havia passado, o sol começa a ir embora, em um céu alaranjado se espalhava por entre as árvores, o som dos pássaros já não era mais tão presente, pois eles repousavam em seus ninhos. O boto percebeu que era hora de partir. Olhou fixamente nos olhos da boneca, agradeceu e partiu.

A boneca ficou ali por um tempo, pensando em quantas lendas haviam sido salvas naquele dia. Percebeu que essa história merecia ser partilhada com todos e todas. Correu para escrever em um diário para não esquecer de nenhum detalhe. E seguiu, dia a dia espalhando a importância do nosso folclore, da nossa natureza e dos nossos animais.

E você? Gostou da nossa história? Você tem algum brinquedo que você gosta muito? Quantas aventuras vocês já viveram juntos?

Eu tenho um convite pra você. Que tal ajudar a Lili a espalhar essa história? Pode ser com um desenho, uma foto ou um vídeo. E aí, topa?

Vamos brincar de imaginar.

Um até logo e tchau.

wallace borges
Enviado por wallace borges em 18/05/2020
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