O pequeno princípe

Existe um mundo onde acontece de tudo, o impossível não existe, onde o sonho se torna realidade, este mundo é o Mundo das Crianças. Já fui freqüentador nato, aliás, possuía uma posição de destaque, eu era considerado o maior imaginador que esse mundo já teve. Minha imaginação leva as crianças a lugares nunca dantes sonhados. Um dia, eu levei-as para o mundo das espigas, ali o mais legal era cavalgar nas lagartas e chacotear o espantalho. Foi a época mais feliz da minha vida, infelizmente, caí nas armações do mundo-adulto, e fui expulso do paraíso. Não que eu cresci, pois no Mundo das Crianças o que importa é se o espírito continua de criança. O certo é que adquiri características adultas que destruíram meu espírito infantil.

A deusa Inocência é a guardiã do paraíso, quando ficou sabendo dos meus delizes, ficou muito triste, pois gostava muito de mim, mas não tinha outra solução. Ela me expulsou, porém ela disse que seu conseguisse recuperar minha inocência, permitiria meu retorno. Perguntei-lhe como eu conseguiria isso. Ela respondeu-me que eu deveria me torna o melhor amigo de uma criança, mas essa criança tinha que possuir a essência de ser criança, ou seja, a humildade, a inocência, a alegria.

Muitos anos se passaram, e não consegui se torna o melhor amigo de nenhuma criança, ou melhor, nenhuma me adotou como seu melhor amigo. Até que um dia, conheci um tal de Gustavo. Um garotinho muito sapeca, custoso que ave maria!! Uma criança carinhosa, amiga, inteligente, simples, humilde, que adora futebol. Joga muito, se deixar joga o dia todo.

Ele me contagiou com usa eterna alegria, confesso que nunca fiz frente à energia dele, porém, ultimamente, ele engordou um pouco....mas deixa pra lá. Agora, eu tinha um amigo-criança, mas como eu iria saber se ele me considerava o seu melhor amigo? E, será que ele era uma criança inocente? Afinal, eu estava interessado em voltar ao paraíso. Essas respostas só o tempo daria.

Depois de alguns meses, a resposta foi sim! O Gustavo me considerava seu melhor amigo e vice-versa. A deusa Inocência invadiu o coração do Gu e percebeu que ele não estava mentindo. Enfim, eu poderia voltar ao Mundo das Crianças. Fui dormi, imediatamente, pois a viagem ao mundo-ideal ocorre durante o sono. A viagem foi rápida, ali estava eu de volta ao paraíso. Como tinha mudado, estava mais bonito, e no horizonte tinha um lindo castelo.

As crianças já não me reconheciam, agora quem se destacava no Mundo das Crianças era um tal de Pequeno Príncipe. Não o conhecia, diziam que era craque do futebol e, que vivia no castelo, alguns falavam que ele só saía para jogar bola no estádio mais lindo do mundo o Maracasonho.

Estranhei o enorme fluxo de pessoas indo à direção ao Estádio, diziam que hoje era o grande dia da final da Copa do Sonho. É claro que eu não iria perder esse jogo. O estádio estava lotado, uma multidão de torcedores com cartazes e bandeiras. Consegui um lugar na “geral,” dali vi os times entrarem em campo. Finalmente, conheci o Pequeno Príncipe, quem diria o craque do time, o preferido das meninas, o artilheiro da copa, era o Gustavo. Vocês devem estar perguntando o Gustavo?!!! É o Gustavo!!!

Milhares de vozes gritavam o nome dele, fiquei com inveja até a deusa Inocência gritava.

E, no clima eufórico da torcida o juiz inicia a partida, logo no início do jogo Gustavo arrancou do meio campo, driblou três e mandou um balaço no travessão, levando a galera ao delírio. O jogo era muito disputado e, num lance polêmico o árbitro Milton Sebastião e Silva marca pênalti contra o Pequeno Príncipe futebol clube, e ainda deu cartão amarelo para o Gustavo por reclamação. Isto provocou uma revolta na torcida, a qual xingou o juiz de tudo que foi nome. Bruno, capitão do Antena Futebol Clube, bateu com muita categoria e abriu o placar. O primeiro tempo acabou mesmo 1x0, com esse placar o Antena se tornaria o campeão.

Preocupada, com o resultado a deusa Inocência desceu ao vestuário para conversar com o craque Gustavo. Ela disse que o time dele estava perdendo porque o Gu andou fazendo coisas que prejudicam a essência das crianças, ou seja, fez coisas erradas, coisas de adultos.A deusa avisou-lhe que se não parasse de fazer esses atos feios, seria expulso do paraíso, e nunca mais jogaria no maracasonho. Gustavo, inteligente como é, entendeu. Pediu desculpa a todos, e prometeu nunca mais fazer isso. Voltou para o campo disposto a dar o título ao PPFC.

Começa o segundo tempo, Gustavo é “lançado” na ponta esquerda, domina no peito, dá um elástico fantástico no zagueiro, invadi a área, dribla mais um, e na saída do goleiro, marca um golaço. O maracasonho balança de alegria!!

O jogo continua muito equilibrado, porém aos 45 minutos, falta para o Pequeno Príncipe bater. Henry cruza na área, a zaga tira, mas a bola volta a Henry que no capricho cruza para Gustavo, esse domina no alto, dá um bonezinho no zagueiro,ajeita de cabeça e dar uma linda bicicleta, acertando o ângulo do goleiro. O estádio “explode” é o gol do título. Gustavo é ovacionado pela torcida: “ Ei, Ei, Ei, Gustavo é nosso rei!!!

A deusa Inocência antes de entregar a taça de campeão ao Gustavo, fez-lhe um pedido: “ Jamais deixa de ser essa criança maravilhosa, as pessoas em seu redor te ama por você ser criança. Não tenha pressa em se torna adulto, um dia se tornará um e, terá acesso as coisas de adulto, porém nunca perca a alegria, a simplicidade, a humildade, o amor de ser uma criança.” Gustavo promete que jamais perderá essas qualidades de criança, e numa explosão de alegria levanta a taça da Copa do Mundo das Crianças.