A fama do Rei Leão

Toda floresta sabia

Viver em paz exigia a condição

Respeitar as leis da selva

Criadas pelo rei leão.

Se acaso um bicho brigasse

E não pedisse desculpas

Levado era pelos guardas

Para o rei julgar a conduta.

Qual seria a sentença?

Viviam os bichos a fofocar

Dali bicho algum voltava vivo

Se o rei o mandasse chamar.

O macaco contou certa vez

Que o amigo de seu pai

Pegou emprestado um cacho de bananas

E não devolveu nunca mais.

Com fúria partiram pra briga

E a floresta não teve paz

O rei ao saber mandou buscá-los

Os dois brigões ninguém viu mais.

Dona raposa espalhava

Que o rei tinha má fama

Fazia do couro dos bichos

Tapetes e colcha pra sua cama.

Sabia por uma fábula

Um dia o rei foi pego de surpresa

Prenderam- lhe numa rede

Para arrancarem as garras e as presas.

Mas um ratinho bondoso

Que por ali passava

Com pena do rei da floresta

Disse que o libertava.

E roeu num instante

A linha daquela armadilha,

Mas o rato ninguém mais viu

Decerto do leão virou comida.

De boca em boca

O nome do rei passava

Uns diziam ele era um monstro,

Outros, que a ninguém escutava.

O que todos ali sabiam

Qualquer bicho comprovava

Quem era levado ao palácio

Não voltava mais pra casa.

As aves tentavam descobrir

Que mistério o palácio guardava

O que o rei fazia

Com os animais que lhe visitavam?

A coruja sabida

Convocou uma assembleia

Todos os bichos da mata falavam

Cada um tinha uma ideia.

O elefante disse o rei os capturava

Para limpar o castelo.

O bicho-preguiça afirmava:

Todos tiveram castigo eterno.

A onça com jeito de inocente

Disse com ar gozador :

-O rei leão não é justo

Ele é um grande ditador!

Em meio à tanta desconfiança

Sem ninguém saber a verdade

A coruja deu a ideia

Visitarem o rei aquela tarde.

Todos iriam juntos,

O rei não mandaria matá-los.

Só queriam saber onde estavam

O ratinho e os macacos.

E assim foram em fila,

Visitar a majestade,

Apresentaram-se ao rei com medo

Mas fingindo simplicidade.

O medo estava no olhar de cada um

Mas a raposa perguntou:

-Nobre rei onde estão os macacos

E o ratinho que lhe salvou?

O rei disse que todos o obedeciam

Pois eram cegos pelo medo

Ele era rei, poderoso,

Mas tinha um grande segredo.

Criou leis efetivas

Para evitar confusão,

Quem lhes desobedecia ,

Precisava de Educação

Ali passavam por um tratamento

Fazer o bem, plantar árvores, ao outro ajudar

Uma escola de bons modos

Até na prova de cidadania passar.

Mas os bichos gostavam tanto

Da escola da nobreza

Mesmo aprovados não voltavam mais

Pois aprendiam gentileza.

Quando aprendiam a lição

Felizes ficavam por lá

Estavam sempre dispostos

com o rei novas leis promulgar.

O rei de maldoso não tinha nada,

Gostava mesmo de educar,

Compensava com bons banquetes

Música, flores e festa ao luar.

Nessa hora o rei chamou

Todos bichos para a festa

Que o ratinho preparou

Para quem morava na floresta

Os bichos aprenderam a lição

De nunca o outro julgar,

Antes de saber a verdade ,

Nada de mal inventar.

Falar sempre com sinceridade

Fazer o bem, perdoar,

Estudar, ser feliz, viver em união

E as leis da selva respeitar.

A festa rolou a noite toda

No salão da nobreza

O tema da festa escolhido:

Gentileza gera gentileza.

Paula Belmino