Papai gatel

Aqui na casas de minha mãe antigamente tudo eles "doavam" de animais a coisas inúteis as quais não queriam mais foi necessário minha intervenção, até hoje ainda tem resquícios de badames sem utilidade alguma.

Numa dessas doações veio um gatinho branco de olhos azuis e cauda espessa feito angorá, a miséra era até bonito isso foi em outubro, vivia se escondendo, com medo das pessoas, subia no armário entre outras coisas ele não era perturbado. Ele cresceu rápido minha mãe se apegou e foi ficando.

Em dezembro eu e minha filha tiramos ele de cima do armário e resolvemos fazer uma brincadeira com ele, pegamos uma meia calça antiga , fizemos uma espécie de máscara touca preta demos um nó em cima e cortamos a dois círculos depois de bem medidos nos olhos, na face do animal.

Ficou muito bonito parecendo um ladrão o contraste do preto da touca na cabeça, os olhos bem azuis e o branco do corpo.

Foi então que batizamos de Gatel pois era perto do natal a mistura de gato com Papai Noel.

Batizado o gato passamos a gostar dele, não abusava era calmo, gostava de dá seu rolé na rua a noite depois voltava de madrugada e entrava na minha casa no segundo andar e ficava na janela apreciando a rua.

Um dia o bichano desapareceu, dois , cinco, uma semana sumiu de vez não aparecendo mais.

Passado meses um dos participantes do sindicato dos cachaceiros da praça nos levantou a suspeita do sindicato haver digerido o pobre do bichinho pois dentre eles tinha um que era especialista nessa iguaria.

Fiquei triste, pois foi o único gato que tivemos na família e era um animal sossegado.

Clara de Almeida
Enviado por Clara de Almeida em 05/12/2020
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